19.8.04

Regionalismos (o parolo e o saloio) e o BE (Burguesia de Esquerda)

Folgo em saber que o Carter me tem como uma pessoa bem formada. O convite para assistir a um jogo de futebol no Estádio Alvalade XXI cai que nem uma luva, já que partilhamos a mesma preferência clubista. Quem sabe, na primeira jornada, sábado a oito?

Já não posso concordar com o regionalismo primário exibido. Se há algo que me mete impressão aqui no norte é a sanha persecutória contra “os mouros”. Trata-se de um regionalismo parolo. Não é nestes “nortistas” que me revejo (Pinto da Costa, o talibã do FCP, conhecido como Miguel Sousa Tavares, etc.). Prefiro ver-me como nortenho, por ter nascido no Porto, por me identificar com o sentir que pulsa na cidade, não tanto nas pessoas que a habitam. Isso não me impede de gostar de Lisboa e dos lisboetas – e de ter o Sporting como clube da minha preferência.

Para um regionalismo parolo a norte existe um regionalismo saloio ao sul. Não que seja coisa grave. Por todo o mundo há rivalidades regionais. Mais importante é ter o discernimento e a inteligência para não sermos invadidos por estes comportamentos primários. Como diz bem o Ponte Vasco da Gama, na sua reacção ao teu comentário, os grunhos que frequentam Continentes, Carrefours e quejandos é o mesmo de norte a sul, com as necessárias diferenças de sotaque. (Já agora, consulta o resto das reacções ao teu comentário; provocaste cá uma onda de choque!)

Lamento não pertencer aos “seres bem pensantes” da Burguesia de Esquerda, perdão, do Bloco de Esquerda. São uns pândegos, os Louças, Rosas, Portas e companhia. Às vezes, nos momentos livres, ponho-me a pensar o que seria do país se a agremiação trotskista alguma vez chegasse ao poder. De uma coisa tenho certeza: seria o meu passaporte para o estrangeiro!

Só mais uma coisa: não podes julgar o comportamento dos outros pelo teu próprio. É que, sabes, conheço algumas pessoas da Burguesia de Esquerda que frequentam Continentes e coisas parecidas, que se deixam inquinar pelos tenebrosos vícios do consumismo capitalista. Mas já estamos habituados – todos, sem excepção – ao lema dominante: olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço…

1 comentário:

Anónimo disse...

Fica então combinado para dia 28.......

Quanto á reacção foi a que eu esperava, desconexa,grupal e bairrista...... ( qual clã da Prelada)
Sou um homem das duas cidades que conheço muito bem; pessoas e rituais,lugares e crenças, esconderijos e palcos,vergonhas e orgulhos....
E se odeiam tanto Lisboa porque acabam por vir todos para cá? O passaporte não é necessário para a Europa, o eixo atlãntico......é ao sair da porta...para quê virem para a cidade que odeiam e um país que acabam por recusar sublimarmente ( esta é para ti felino; gostava de te ver numa empreitada emigrante , qual refugiado de direita....para onde ias? para a Itália burlesca do Berlusconni? ou para a França social do Chirac? Talvez mais para uma futura grande Austria do Haider?
Construir um país é acreditar nele, no que ele tem de melhor, no futuro: e quer vçs recusem quer não, o futuro está cá em baixo, o melhor e os melhores...com algumas excepções das quais vçs fazem parte ( tb esta é para ti PVG)........
senão não estaria aqui..

Um abraço para todos


Sou o Carter

e as provocações são estimulos puramente dialéticos para animar as hostes
Ps: e quantas garrafas de espumante se abriram por Portugal ter perdido a final ( muitas e sei de algumas em particular)..