25.9.12

Aparências que iludem


In http://img.facileblog.it/9/2012/09/Nicole-Minetti2-289x400.jpg
A história vem do almanaque das notícias bizarras: uma senhora deputada, jovem e escultural (a fotografia documenta), despiu-se de preconceitos que habilitam a classe e desfilou em trajes menores numa passerelle. Os jornalistas foram aos arquivos. A senhora Minetti – o nome de família da honorável parlamentar – foi “higienista oral” do galã Berlusconi. Funções exercidas era o destinatário do serviço primeiro-ministro. E as mentes um bocado perversas (quem o não é?), de mão dada com os de sempre detratores da personagem política, logo cozeram raciocínio expedito: se Berlusconi gostava de andar cercado de meninas jovens, possivelmente pagas para serviços de que doutro modo (de mote próprio) não prestariam; e se a agora representante do povo no parlamento prestava serviços de higiene oral, já toda a gente percebeu de que arranjinho se trata. As mentes perversas trataram de assegurar que a Dra. (porque um higienista oral só o é depois de obter certificação universitária – informei-me de fonte segura) começou a frequentar os bancos do parlamento depois de ter prestado serviços de higienista oral no anterior primeiro-ministro da Itália. As más línguas dirão “no” em vez de “ao”, o que, para o caso, faz toda a diferença. Talvez seja ingénuo, mas nem tudo no mercado das influências obedece a esta lógica de contrapartidas. A Dra. Minetti tratou a boca de Berlusconi (e não o contrário). Não é difícil imaginar os episódios seguintes. A higienista oral a produzir oratória política. O primeiro-ministro de então, com a boca ocupada devido aos profissionais tratos da Dra. Minetti, encantado com os dotes de oratória (não com outros, pois ninguém acredita que uma higienista oral vá nos preparos da fotografia para o consultório). Somo mal intencionados se apressarmos outras conclusões. Ele não há gente da área médica com queda para a política? E os curvilíneos atributos, com uma certa pitada lúbrica, proíbem a eleição para o parlamento? Admito que as feministas estejam, desta vez, do meu lado (mas não ao meu lado...).

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