11.10.12

q.b.


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(Anteontem no Público, a propósito do livro “Faz o curso na maior”, de Nuno Ferreira e Bruno Caldeira: Não é preciso andar sempre agarrado aos livros para se ter boas notas no ensino superior. Ter vida social é tão importante para o futuro como tirar o curso. Muitos professores são chatos. Quase todos os alunos copiam.)
Isto do conhecimento é uma chatice. Ter um canudo, se fosse feito como os chatos dos professores querem, seria uma tortura. Lá por eles terem sido “marrões” quando andaram a estudar, sem saberem o sabor de uma festa onde nunca caíram podres de bêbados, e agora se armarem em “adiantados mentais”, não podem os mais jovens pagar pela vida sensaborona dos professores. As universidades não podem ser corredores austeros onde se pratica a castração do hedonismo. A idade em que a maior parte dos estudantes frequentam universidades é uma idade sensível. É aí que se cultivam amizades à força do álcool e das tunas e das praxes que socializam (um inestimável serviço, ainda por cima gratuito, que os veteranos prestam aos caloiros). Para quê queimar pestanas se podemos viver as sensações que livro nenhum proporciona? A lógica tem de ser de mínimos. Mínimo estudo. Mínimas as aulas (que os professores são seres desinteressantes, mesmo os que têm trejeito de compinchas e querem a companhia dos estudantes em reflexo condicionado de juventude em movimento perpétuo). Auxiliares de memória: aí sim, lógica de máximos para poupar neurónios que podem ser úteis mais tarde. Mínimas as notas, se não houver outro remédio. O que interessa é embolsar o canudo. Em sendo em anos superiores aos previstos, maior a folgança. Sinal de que os anos de estudante foram espremidos em máxima recreação (inversamente proporcional ao investimento no estudo). Os adultos em mais avançada idade deviam ser compreensivos. Mal deitem a mão ao canudo, os jovens sabem do trauma que os espera: ou vão trabalhar e lá se fina o folguedo, ou batem de frente no desemprego e continuam mergulhados num trauma. O mal, o mal mesmo, é que os estudantes estudam na idade errada. Aliviar o fardo do estudo (como ensinam os autores de “Faz o curso na maior”) devia merecer um Nobel qualquer.

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