In http://blitz.sapo.pt/iv/0/497/996/paulette-cb73.jpg
Uma velhinha francesa sem
recursos, despojada dos haveres por penhora do tribunal, com saudades de um
marido já sepultado por desvarios com a bebida, rancorosa por ter perdido o
restaurante para uns chineses que detestava, descobre no tráfico de haxixe um
filão. De começo vai para a rua angariar clientela. Acidentalmente, descobre um
filão maior: usa o haxixe como ingrediente para doçaria diversa. Depressa se
fez um sucesso com reputação internacional – pois até gente do outro lado do
canal da Mancha se deslocava até à casa de Paulette. As pessoas faziam fila à
porta de sua casa, à espera dos bolos aditivados que deliciavam consumidores
que passavam a palavra e cavalgavam a fama e os proventos da idosa.
Mas a polícia descobre a
trama. Consegue deitar a mão a Paulette e às amigas que a ajudavam na
empreitada. Não consegue deitar a mão ao grande traficante da máfia russa, que
por estas alturas já se teria posto ao fresco em porto seguro. Paulette e as
amigas saem do julgamento sem terem de cumprir pena na cadeia. Valeu-lhes a
idade provecta. O registo criminal foi manchado pela condenação. Já não iam a
tempo de limpar esse opróbrio. Paulette, em magistral lição de empreendedorismo
(tão na moda por estes lados), mudou o negócio para Amesterdão.
E nós renovamos a convicção
que as leis seguem a espada virtuosa da sociedade. Quando ela (a sociedade)
desce a sua mão punitiva sobre uma prática que acha imoral, ela (a lei) vai
atrás como cão amestrado. Os agentes da polícia, a soldo da ordem e dos bons
costumes, reprimem em conformidade. Nem que isso implique perseguir a
felicidade de quem consome o que é socialmente censurável. De onde se conclui
que a lei, quando tem estes pergaminhos persecutórios e confirma a tacanhez da
moral bafienta, empata a felicidade alheia.
O que se devia fazer a leis
destas? Deitá-las para o lixo. Sem remoço. De resto, quem quisesse consumir o
que dantes fosse ilícito consumia. E quem quisesse continuar em território
livre de drogas estava também na sua liberdade. Não há nada mais libertário. Dito
por quem continua virgem de substâncias ilícitas deste calibre.
Olá sr. português! Tentei ler o seu texto, entendi um pouco (pois não entendo muito português de Portugal), mas vagarei mais por aqui.
ResponderEliminarSe quiser, visita meu blog, comenta algo, só se quiser: nadadeademais.blogspot.com.br
Abs,
Amanda.