(*Alcunha do sempre imparcial
Como sabem os meus admiradores – das crónicas semanais no Público e em A Bola, e os que seguem as intervenções na TVI – tenho um dom que me persegue: quando digo ou escrevo algo, sei do que estou a falar. E fico mal disposto quando surge qualquer energúmeno desmiolado que ousa discordar da minha eloquência.
Serve o prelúdio para apresentar o tema que me traz hoje ao convívio dos leitores através de uma via alternativa, simpaticamente colocada à minha disposição: o blog O Felino. Aquele que se gaba de ser o “jornal de referência” deixou-se enlamear pelo estigma da imprensa sensacionalista. Mais uma vez. Só que agora pisou-me os calos. A notícia de capa alude a passagens do processo que implica agentes muito nobres do que outrora apelidei a “indústria mais competitiva de Portugal” – o futebol. Na inconfidência de um algoz do meio judicial, a quem se adivinha terem sido aquecidas as mãos com dinheiro que jorrou em abundância, mais coisas vieram a lume. Para queimar a imagem do grande presidente desse clube emblemático que, sozinho, já conquistou mais do dobro de taças europeias do que as duas agremiações da segunda circular em conjunto.
Lá vem o Expresso levar a boa nova, enchendo de contentamento os pérfidos detractores de Jorge Nuno Pinto da Costa. E, de caminho, tentando empurrar o FC Porto para o descrédito, impingindo a ideia de que as vitórias acumuladas no passado recente tiveram um cunho extra-desportivo. Maus perdedores, é o que são. Em vez de se curvarem perante a grandeza da instituição azul e branca; em vez de prestarem vassalagem pelas vitórias que encheram a boca destes patrioteiros de meia tigela; em vez disso, o seu contrário: a perseguição impiedosa dos matreiros seguidores dos clubes da capital, dessa coligação ignominiosa que só ficará satisfeita quando vir o FC Porto disputar outro campeonato (o que nem é má ideia: para estabelecer a diferença de calibre, o FC Porto num campeonato europeu de clubes, os da segunda circular entretidos com a pequenez do campeonatozinho doméstico).
Chega-se ao desplante de sugerir que a consequência será a descida de divisão do FC Porto. Alegres, os arautos da desgraça lambuzam os dedos com a ideia a desfilar na sua pacóvia imaginação. Há lá coisa melhor do que ver o FC Porto arrastar-se pelos campos da segunda divisão, competindo com o Felgueiras, o Feirense, o Espinho, o Portimonense? Não satisfeitos, dão largas à imaginação: vêm esse senhor do desporto nacional, o presidente do FC Porto, condenado e a cumprir pena com outros presos de delito comum.
É triste quando tantos se unem no afã de destruir o que de mais válido existe. Às vezes interrogo-me se este país merdoso merece um clube que, na sua grandiosidade, extravasa as dimensões do país. Dizem os inimigos, com o desdém de quem olha sob o ombro, que o FC Porto é um “clube regional”. Que não faz mossa à superior estatura dos clubes da segunda circular (então se falamos do Benfica, que tem mais adeptos do que pessoas…). Estão equivocados. O FC Porto, pelo que já legou ao património desportivo nacional, é mais do que uma referência nacional. Toca as raias de um clube com dimensão mundial.
E o que rezam as notícias? Que Pinto da Costa está mergulhado no lodaçal da corrupção que alimenta o processo “apito dourado”. Que terá encomendado, em pessoa, meninas de duvidosa reputação para saciar os apetites sexuais de equipas de arbitragem que passaram por jogos da sua equipa. Que será o mentor de um polvo que pagava a árbitros para prejudicarem os rivais lisboetas.
Temo que o processo se arraste e venha beliscar a imagem do presidente do FC Porto. Porque as cumplicidades estão ao alto, servindo-se de um lauto jantar onde a cabeça de Pinto da Costa é servida em bandeja de ouro. A teoria da conspiração ferve nas águas fétidas da inveja. Tudo servirá para abater o FC Porto, na pessoa da sua inquestionável referência, Pinto da Costa. Anunciam-se tempos difíceis para a causa azul e branca. Os abutres centralistas, invejosos do sucesso inigualável da equipa que veste de azul e branco, farão de tudo para edificar um duopólio: faltará decreto governamental para restringir as vitórias no campeonato aos “gigantes” da segunda circular.
Sei – e quando sei, sei mesmo do que estou a falar, e ai de quem discorde de mim, que se arrisca a apanhar soco na cabeça, por via escrita – que Pinto da Costa não é o diabo pintado pelos seus cruéis detractores. Se dúvidas houvesse: pode um homem com fino recorte literário, com a sensibilidade de quem declama de cor poemas de António Nobre, estar envolvido nas tacanhas operações que lhe são imputadas? Nem nos piores pesadelos!
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