Bombástico: seremos o primeiro país do mundo a criar um centro de mediação de conflitos no “Second Life”, medida tirada da cartola por este governo que temos. A modernidade é tributária dos avanços tecnológicos, barómetro do desenvolvimento dos países. Por esta bitola, orgulhosamente encabeçamos o campeonato dos “infoincluídos”. Agora que os governos dos países gostam de mostrar quão avançados são exibindo façanhas do “e-government”, o governo do “engenheiro” Sócrates há-de ficar conhecido a nível mundial pela pedrada no charco.
Há que o dizer: a medida é de uma importância desmedida. Para o perceber, importa primeiro tomar o pulso ao “Second Life”. Como estava a leste do dito jogo, informo-me. Ao que parece, há gente que dedica uma parcela significativa do seu tempo num jogo interactivo em que se fazem passar por outras personagens, diferentes daquilo que são na vida de carne e osso. Simulam-se vidas alternativas, como se o jogo caucionasse o desdobramento de personalidades servido de bandeja através do contacto na Internet. O “Second Life” é uma telenovela tecnológica que democratiza a actuação num palco que passa a ser virtual. Pessoas comuns, sem preparação para actores, emprestam as suas personagens fictícias ao enredo que se vai tecendo com os contributos da comunidade virtual.
Pessoalmente, isto perturba-me: o “Second Life” tresanda a esquizofrenia colectiva, mas do alto do livre arbítrio cada qual faz o que bem lhe apetece com o seu tempo disponível. Assim como assim, há quem jogue curling, quem se entretenha com karaoke, outros dedicam-se à política e um escol convence-se dos seus dotes messiânicos na governação dos outros.
Na posse destes dados, percebe-se melhor a enorme importância da decisão do governo. O “Second Life” é um sucesso mundial. Há comunidades virtuais que empenham pessoas de variadas nacionalidades. Sendo um simulacro da vida real, o mais natural é que surjam conflitos entre as personagens. Afinal, a história da humanidade é um rol infindável de conflitos, que por vezes têm desenlaces trágicos. O governo socialista faz jus à divisa que gosta de apregoar: a governação com rosto humano, dirigindo as prioridades para os problemas que afligem as pessoas. E como as pessoas parecem entreter-se com redobrada intensidade num mundo virtual, este passou a ser um domínio que exige soluções dos poderes públicos. Lamentavelmente, os países mais avançados ainda não conseguiram perceber que os conflitos no “Second Life” concitam as atenções da aldeia global. Foi necessário o arrojo intelectual dos socialistas portugueses para se perceber que o mundo virtual se confunde com o mundo real.
O boy que é secretário de Estado da justiça, um João Tiago Silveira, debitou no noticiário radiofónico arrazoado típico de especialista de informática e de redes de informação. Explica que a medida é uma antecâmara do futuro, quando as pessoas e as entidades se relacionarem intensamente na Internet. Os conflitos hão-de perder a actual materialidade, ganhando uma coloração virtual. As autoridades dos países têm que estar habilitadas a dar resposta à desmaterialização dos conflitos. Eis o inestimável contributo do pequenote Portugal. Somos pioneiros na antecipação do futuro, usando o “Second Life” como laboratório.
Entre as palavras entusiasmadas do juvenil João Tiago Silveira – aposto que contagiado pelo seu colega de governo, o fanático “infoincluído” José Magalhães – falta saber se há ali a confissão por meias palavras de alguém que ocupa muito tempo a fazer de conta dentro do “Second Life”. Porventura o secretário de Estado andará com o espírito perturbado porque o seu avatar está mergulhado num intrincado conflito com outro avatar qualquer de um longínquo país. A oportunidade faz a ocasião, no dizer do adágio popular. Bem-haja, João Tiago Silveira, que em vez de se dedicar a cem por cento à exigente função da governação das coisas da nação se entrega às delícias esquizofrénicas do “Second Life”. Não fosse isso, e hoje não estaríamos de peito cheio, orgulho ao alto, porque todo o mundo está de olhos postos no pequenote Portugal que teve a sageza de inventar um centro de mediação de conflitos para o “Second Life”.
Um governo do faz de conta. Um governo faz de conta.
Há que o dizer: a medida é de uma importância desmedida. Para o perceber, importa primeiro tomar o pulso ao “Second Life”. Como estava a leste do dito jogo, informo-me. Ao que parece, há gente que dedica uma parcela significativa do seu tempo num jogo interactivo em que se fazem passar por outras personagens, diferentes daquilo que são na vida de carne e osso. Simulam-se vidas alternativas, como se o jogo caucionasse o desdobramento de personalidades servido de bandeja através do contacto na Internet. O “Second Life” é uma telenovela tecnológica que democratiza a actuação num palco que passa a ser virtual. Pessoas comuns, sem preparação para actores, emprestam as suas personagens fictícias ao enredo que se vai tecendo com os contributos da comunidade virtual.
Pessoalmente, isto perturba-me: o “Second Life” tresanda a esquizofrenia colectiva, mas do alto do livre arbítrio cada qual faz o que bem lhe apetece com o seu tempo disponível. Assim como assim, há quem jogue curling, quem se entretenha com karaoke, outros dedicam-se à política e um escol convence-se dos seus dotes messiânicos na governação dos outros.
Na posse destes dados, percebe-se melhor a enorme importância da decisão do governo. O “Second Life” é um sucesso mundial. Há comunidades virtuais que empenham pessoas de variadas nacionalidades. Sendo um simulacro da vida real, o mais natural é que surjam conflitos entre as personagens. Afinal, a história da humanidade é um rol infindável de conflitos, que por vezes têm desenlaces trágicos. O governo socialista faz jus à divisa que gosta de apregoar: a governação com rosto humano, dirigindo as prioridades para os problemas que afligem as pessoas. E como as pessoas parecem entreter-se com redobrada intensidade num mundo virtual, este passou a ser um domínio que exige soluções dos poderes públicos. Lamentavelmente, os países mais avançados ainda não conseguiram perceber que os conflitos no “Second Life” concitam as atenções da aldeia global. Foi necessário o arrojo intelectual dos socialistas portugueses para se perceber que o mundo virtual se confunde com o mundo real.
O boy que é secretário de Estado da justiça, um João Tiago Silveira, debitou no noticiário radiofónico arrazoado típico de especialista de informática e de redes de informação. Explica que a medida é uma antecâmara do futuro, quando as pessoas e as entidades se relacionarem intensamente na Internet. Os conflitos hão-de perder a actual materialidade, ganhando uma coloração virtual. As autoridades dos países têm que estar habilitadas a dar resposta à desmaterialização dos conflitos. Eis o inestimável contributo do pequenote Portugal. Somos pioneiros na antecipação do futuro, usando o “Second Life” como laboratório.
Entre as palavras entusiasmadas do juvenil João Tiago Silveira – aposto que contagiado pelo seu colega de governo, o fanático “infoincluído” José Magalhães – falta saber se há ali a confissão por meias palavras de alguém que ocupa muito tempo a fazer de conta dentro do “Second Life”. Porventura o secretário de Estado andará com o espírito perturbado porque o seu avatar está mergulhado num intrincado conflito com outro avatar qualquer de um longínquo país. A oportunidade faz a ocasião, no dizer do adágio popular. Bem-haja, João Tiago Silveira, que em vez de se dedicar a cem por cento à exigente função da governação das coisas da nação se entrega às delícias esquizofrénicas do “Second Life”. Não fosse isso, e hoje não estaríamos de peito cheio, orgulho ao alto, porque todo o mundo está de olhos postos no pequenote Portugal que teve a sageza de inventar um centro de mediação de conflitos para o “Second Life”.
Um governo do faz de conta. Um governo faz de conta.
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