29.12.11

Se eu fosse feminista escrevia este texto (e sua réplica, se não fosse)


In http://aeiou.exameinformatica.pt/iv/0/50/144/comando-tv-televisao-fb7f.jpg
O moderador entrega a caneta à feminista (e ainda se nota a caligrafia trémula, os pontos nos i postos com a fúria de quem digere mal ofensas à mulher)
Uma empresa que vende televisão por cabo, internet e telefone anda a mostrar um anúncio que tresanda a mau gosto. Uma parelha infeliz dá a cara e a voz. Um ator com longas credenciais de conquistador de mulheres e uma menina sugestivamente vestida em constante pose provocadora (das hormonas masculinas, entenda-se). Apesar de emprestar a voz para um trocadilho desonroso da condição feminina, a insinuante menina empresta colorido ao anúncio com o corpo escultural ataviado num vestido três tamanhos abaixo do seu.
(Comentário do moderador: onde se nota alguma inveja da feminista. Ela só consegue envergar roupas largas)
Enquanto o ator discorre as “ofertas” (como se o capitalismo conseguisse oferecer coisa alguma), a menina dá a sua achega com o trocadilho lesivo da condição feminina. E meneia-se, lúbrica, desatando o imaginário dos ingénuos homens já com as hormonas aos saltos, sonhando acordados com o que fariam se aquele pitéu estivesse a um palmo de distância dos seus braços (e do resto).
(Comentário do moderador: onde se nota uma distração da militante feminista, traída pelas suas próprias hormonas em ebulição)
Está provado (se ainda mais provas fossem precisas): o capitalismo anda de braço dado com a insultuosa desigualdade dos sexos. Se um deus houvesse e justiça divina também, aqui se escrevia direito por linhas tortas. Só os homens é que perdem a cabeça por mulheres curvilíneas, transpirando lascívia, eles é que borbulham superficialidade. E os engenheiros da publicidade, esses soldadinhos rasos a soldo do grande capital, só sabem fazer anúncios que convocam as hormonas dos varões. Não haverá mulheres clientes do “três em um” (entenda-se: televisão, internet e telefone)?
O moderador, avisado pela ampulheta que esgotou o tempo da feminista, tirou-lhe a caneta da mão. Deu-a ao rival, um marialva referenciado, amante de touradas e de lupanares (mas estes em segredo...). A varonil personagem deixou escorrer o tempo e o papel continuava em branco. Absorto. O pensamento a léguas de distância. Já os derradeiros grãos se esvaiam da ampulheta e o marialva esgadanhou uma dúzia de palavras em caligrafia boçal:
Quem sabe o número do telefone da menina do anúncio da Zon?

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