É convenção adquirida: igualdade dos sexos, em tudo. E mesmo quando, num assomo de cavalheirismo, varonis personagens cedem a passagem às senhoras, logo são acusados de mergulhar nas catacumbas de antanho, quando os homens dominavam e as mulheres se submetiam. Hoje, as mulheres até vão à tropa (coitadas). Até no futebol já há mulheres que arbitram, pondo-se a jeito dos tradicionais impropérios da trupe. Elas gerem empresas, lideram países, comandam famílias. Que fique bem entendido: nada tenho contra, a não ser contra a existência da tropa.
Só que a natureza parece insubmissa aos ventos da modernidade. A natureza mostra-se inexpugnável aos imperativos da igualdade de género. É aqui que os documentários do National Geographic saltam do baú das memórias, para resgatar os episódios que retratam a vida dos leões. Imediatamente vem à memória o ritual da caça. São as leoas, em grupo, que cercam a vítima e a aniquilam com certeiras dentadas que seccionam a carótida. E, à medida que o animal caçado se esvai em sangue, indo com ele as últimas forças que trazem a despedida da vida, as fêmeas levantam-se. Lentamente, afastam-se para que venham os imponentes leões, ostentando a juba farta. A eles cabe o privilégio do primeiro manjar. Ficam com as partes nobres da caça. Às fêmeas, as sobras que foram deixadas para trás pelos insaciáveis machos.
Este verso da natureza encerra uma leitura equívoca. Pode querer mostrar que a causa feminista esbarra nas imbatíveis forças da natureza. Que são inquebrantáveis, imunes aos pregões que aspergem o politicamente correcto do momento. Nesta leitura, percebe-se que os machos deixam para as fêmeas a tarefa da caça, ficando com o privilégio de desbastar os troféus. Os machos chegam e as fêmeas recuam, resignadas, sabendo que a primeira dentada que arranca carne fresca pertence aos machos. É a sagração da superioridade masculina.
Há leitura alternativa, nada meritória do papel desempenhado pelos majestosos leões. São as leoas que se organizam para prover o sustento do grupo. E, apesar de se afastarem para que venham os machos exercer o privilégio da degustação das carnes suculentas, elas são entronizadas no papel mais importante. Sublinha-se o contraste: as leoas são as empreendedoras que trazem o sustento para casa, onde esperam os indolentes machos espreguiçados na juba que determina estatuto. Ainda que as leoas cedam lugar aos leões, só as aparências mostram a superioridade masculina. Quem traz a caça desempenha o importante papel de saciar a fome do grupo. São elas o alicerce do grupo. Pelo olhar alternativo, as leoas exercem o papel mais nobre dentro da estrutura familiar.
Ao descontar a leitura alternativa, dir-se-á que contra os mecanismos da natureza não pode a força de um milhão de acérrimas feministas reunidas em protesto audível. Mecanismos ancestrais, sem poderem ser mudados pela vontade humana. Incapaz de incutir nos leões um revolucionário espírito que os leve a caucionar um estatuto que traga dignidade para as fêmeas. Espírito aliás impotente para convencer as fêmeas de que são oprimidas pela deplorável superioridade masculina.
Já sei: as feministas, e os arautos do pensamento correcto, dirão que não é no reino animal que encontramos o termómetro que mede o progresso social, através da escala da igualdade dos sexos. Porque lá, no reino animal, vivem enquistados os seres irracionais. A irracionalidade explica o comportamento submisso das leoas. Não será de estranhar que as militantes feministas desviem o olhar do reino animal (mesmo que casos haja que podiam ser usados em favor da causa que defendem: é só lembrar como após o coito dos louva-a-deus a fêmea come – literalmente – o macho). O reino animal é pródigo em demonstrações incómodas para a igualdade de sexos que elas preconizam. Refugiando-se na irracionalidade do reino animal, as amazonas feministas obstruem outra vanguarda: a dos que, enclausurados na bioética, defendem a igualdade de direitos entre o Homem e os ditos animais irracionais. É interessante como duas vanguardas podem esbarrar entre si.
Só que a natureza parece insubmissa aos ventos da modernidade. A natureza mostra-se inexpugnável aos imperativos da igualdade de género. É aqui que os documentários do National Geographic saltam do baú das memórias, para resgatar os episódios que retratam a vida dos leões. Imediatamente vem à memória o ritual da caça. São as leoas, em grupo, que cercam a vítima e a aniquilam com certeiras dentadas que seccionam a carótida. E, à medida que o animal caçado se esvai em sangue, indo com ele as últimas forças que trazem a despedida da vida, as fêmeas levantam-se. Lentamente, afastam-se para que venham os imponentes leões, ostentando a juba farta. A eles cabe o privilégio do primeiro manjar. Ficam com as partes nobres da caça. Às fêmeas, as sobras que foram deixadas para trás pelos insaciáveis machos.
Este verso da natureza encerra uma leitura equívoca. Pode querer mostrar que a causa feminista esbarra nas imbatíveis forças da natureza. Que são inquebrantáveis, imunes aos pregões que aspergem o politicamente correcto do momento. Nesta leitura, percebe-se que os machos deixam para as fêmeas a tarefa da caça, ficando com o privilégio de desbastar os troféus. Os machos chegam e as fêmeas recuam, resignadas, sabendo que a primeira dentada que arranca carne fresca pertence aos machos. É a sagração da superioridade masculina.
Há leitura alternativa, nada meritória do papel desempenhado pelos majestosos leões. São as leoas que se organizam para prover o sustento do grupo. E, apesar de se afastarem para que venham os machos exercer o privilégio da degustação das carnes suculentas, elas são entronizadas no papel mais importante. Sublinha-se o contraste: as leoas são as empreendedoras que trazem o sustento para casa, onde esperam os indolentes machos espreguiçados na juba que determina estatuto. Ainda que as leoas cedam lugar aos leões, só as aparências mostram a superioridade masculina. Quem traz a caça desempenha o importante papel de saciar a fome do grupo. São elas o alicerce do grupo. Pelo olhar alternativo, as leoas exercem o papel mais nobre dentro da estrutura familiar.
Ao descontar a leitura alternativa, dir-se-á que contra os mecanismos da natureza não pode a força de um milhão de acérrimas feministas reunidas em protesto audível. Mecanismos ancestrais, sem poderem ser mudados pela vontade humana. Incapaz de incutir nos leões um revolucionário espírito que os leve a caucionar um estatuto que traga dignidade para as fêmeas. Espírito aliás impotente para convencer as fêmeas de que são oprimidas pela deplorável superioridade masculina.
Já sei: as feministas, e os arautos do pensamento correcto, dirão que não é no reino animal que encontramos o termómetro que mede o progresso social, através da escala da igualdade dos sexos. Porque lá, no reino animal, vivem enquistados os seres irracionais. A irracionalidade explica o comportamento submisso das leoas. Não será de estranhar que as militantes feministas desviem o olhar do reino animal (mesmo que casos haja que podiam ser usados em favor da causa que defendem: é só lembrar como após o coito dos louva-a-deus a fêmea come – literalmente – o macho). O reino animal é pródigo em demonstrações incómodas para a igualdade de sexos que elas preconizam. Refugiando-se na irracionalidade do reino animal, as amazonas feministas obstruem outra vanguarda: a dos que, enclausurados na bioética, defendem a igualdade de direitos entre o Homem e os ditos animais irracionais. É interessante como duas vanguardas podem esbarrar entre si.
1 comentário:
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