(Advertência: texto com linguagem eventualmente homofóbica. E eventualmente chocante para benfiquistas sem poder de encaixe.)
Já percebi tudo. Houve alguma estranheza, no início da época, quando o autoproclamado “maior clube do mundo” (pausa para esboçar sorriso sarcástico) apresentou uma indumentária onde o cor-de-rosa se engalanava. Já se sabia que por lá jogava uma Amélia, com aquele tique irritante a empurrar as melenas efeminadas para trás. Depois, contrataram um Di Maria (passando, portanto, o clube a ser considerado o clube das Marias) e um guarda-redes suplente que dá pelo nome de Butt (e sabemos o que significa butt em inglês…). Eram trejeitos a mais para a raça marialva da agremiação que se diz representar a preferência clubista de uma esmagadora maioria dos cidadãos nacionais, já para não mencionar dos cidadãos do mundo.
Os indícios foram confirmados agora, através de uma campanha publicitária que procura atrair os desenganados benfiquistas até ao estádio onde jogam. Isto faz-me lembrar as manobras da igreja católica para evitar a desertificação dos templos, ao menos na missa dominical. Perante a deserção dos fiéis – católicos ou benfiquistas – uma campanha em marcha para reavivar as fidelidades. Sinal de desespero? A campanha do Benfica serve-se de renomados artistas, que estão dispostos a deixar tudo o que lhes é mais querido para irem ver o jogo do amado Benfica. Num spot, três Gatos Fedorentos (que o quarto, por definição, está afastado da campanha: soube escolher o clube acertado) revelam toda a homossexualidade reprimida do adepto do “glorioso” (aspas com toda a propriedade).
Numa praia deserta, um dos Gatos num enlevo típico de telenovela mexicana com uma beldade de cortar a respiração. A cena pateticamente telenovelesca é sintomática do protótipo do benfiquista. Entre abraços e promessas de ósculos, num romantismo de pacotilha, o varonil conquistador repentinamente larga a donzela, deixa-a com água na boca: está na hora do jogo, o “glorioso” Benfica vai jogar, o romance fica para segundas núpcias. Atrás das dunas, os outros Gatos levantam a cabeça ao chamamento da hora do jogo. As meninas que os acompanham – deslumbrantes mulheres, dirão benfiquistas empedernidos, só ao alcance de benfiquistas empedernidos –, atónitas, vêm os seus amados fugir numa correria desenfreada rumo à sua Meca onde tantos desgostos têm arcado nos últimos anos.
O ramalhete compõe-se, finalmente. O equipamento rosinha, a Amélia, o di Maria, o Butt; a peça que faltava: a campanha publicitária que mostra o amor infinito pelo Benfica, tanto que até se trocam as delícias de mulheres curvilíneas por um mísero jogo do Benfica. Tenho para mim que isto é revelador das preferências sexuais do benfiquista retratado na publicidade. Jogos do Benfica há muitos. O mesmo se não dirá da oportunidade de trazer para os lençóis uma mulher que deixa água na boca e as hormonas aos saltos. Um homem que se preze não deixa escapar trutas daquela qualidade. Por razão nenhuma. É significativo que a libido benfiquista leva a trocar mulheres gostosas por um estádio apinhado por uma maioria de homens excitados a verem vinte e dois pares de pernas másculas e peludas atrás de uma bola. Homossexualidade latente, portanto.
Ou o cérebro do marketing do Benfica é homossexual assumido (e as parcas habilitações literárias do presidente da agremiação não permitem discernir o alcance da campanha em marcha), ou há aqui uma mensagem subliminar. Na moda da discriminação positiva e das causas fracturantes, há militâncias vanguardistas que recolhem o aplauso da sociedade mais virada para estas coisas. Quem sabe se o Benfica não se quer apresentar ao mundo como o maior clube LGBT do mundo? O passo seguinte da campanha será esse: o Benfica sempre um passo à frente dos demais – um clube onde os machos trocam delícias carnais pela religiosidade clubista, afinal, a confissão da homossexualidade latente que se desnuda. Só não percebo como ainda se assegura que os bons pais de família são do Benfica.
Para o ano, o carnaval gay de Berlim vai-se de mudar para o Estádio da Luz. A estátua do Eusébio será ornamentada com motivos efeminados. Vieira será o patrono da marcha, envergando collants e unhas pintadas de encarnado berrante. Às mulheres que queiram satisfazer a sua libido, o melhor é baterem à porta de exemplares do sexo masculino que forem adeptos de outros clubes.
2 comentários:
Para o autor gay que escreveu o texto, apenas desejo: Um grande c@r@lho nas tuas bordas!
Para o comentador com palas, uma prova de generosidade: devolvo-lhe, e em dobro, o desejo (que, ao que parece, preenche os sonhos molhados do dito cujo).
PVM
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