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Mais polémica fabricada na Hungria: o partido do governo quer distribuir dois votos pelas mulheres que já passaram pelas aflições da maternidade. A direita conservadora explica ao que vai: é preciso precaver as gerações futuras, as que penam os efeitos (financeiros) das decisões das gerações actuais. Sendo menores de idade e sem suficiente educação política (nem lucidez), é-lhes vedada a voz nas mesas de votos. Problema resolvido: pronunciam-se as mamãs pelos petizes.
A notícia manda dizer que a ideia não é insólita. Em 1986, um demógrafo norte-americano (Paul Demeny) assumiu a paternidade da ideia. Anos mais tarde, ela foi atirada para a discussão pública na Alemanha, mas acabou por abortar. E nós, educados no preceito herdado da revolução francesa (uma pessoa, um voto), esmagados por este abalo telúrico que redesenha os fundamentos da teoria política democrática. As progenitoras embolsam dois votos por o terem sido. Falando, através do voto, por si e pela prole.
Confesso uma curiosidade, direi, mórbida: que alguém auscultasse feministas assanhadas. As senhoras, sempre muito vanguardistas, têm por hábito residir na extrema-esquerda fracturante. Que diriam se lhes dissessem que os conservadores húngaros (que elas, em duas penadas, alcunhariam “extrema-direita”) propõem que as mulheres que são mães tenham mais votos que o sexo masculino? Era o nirvana para as feministas exaltadas. O sonho há tanto ambicionado.
Adorava vê-las em conciliábulo com a execranda (para elas) direita conservadora húngara, festejando o apogeu da discriminação positiva. Tilintando os cálices, o champanhe borbulhando à medida que se desfraldavam os sorrisos faustosos nelas e neles (e nelas, as da direita). Só que os motivos da empanturrada celebração diferiam para os parceiros. Desde direita conservadora, um odor a beatice dos valores da família (como se fosse imperativo fabricarmos muitos meninos para evitar a invasão dos bárbaros que repõem o equilíbrio demográfico). O argumento da justiça entre gerações encerra um mérito. As que não tem voz pelo voto são desprezadas pela demência dos governos que se atiram para a frente e agigantam os desequilíbrios das contas públicas. Mas duvido que as gerações silenciadas sejam protegidas dando mais votos às mamãs.
Primeiro, pode dar-se o caso de os infantes que teriam voz através do voto da progenitora não se reverem, assim que ganhassem lucidez política, nas opções da mãe. Depositar na mãe a confiança e as escolhas dela e dos filhos pode ser uma medida grosseira de justiça intergeracional. Segundo, se a ideia se espalhasse pelos quatro cantos onde há eleições periódicas, adivinhava-se uma corrida desenfreada à maternidade sobretudo pelas mulheres mais politizadas. E, talvez a surpresa maior, algumas feministas de rolo da massa na mão apressar-se-iam a fazer filhos só para cumprirem a quimera de dois votos na ponta da sua baioneta (perdão, caneta). Terceiro, esta medida é um embuste: por que não distribuir tantos votos quantas as vezes que as mulheres singraram na maternidade? E quarto: às malvas os homens, que também deram o seu contributo para as gestações. Teriam um singelo voto, sem se poderem opor às mães dos seus filhos caso elas teimassem em votar em alguém que não coincidisse com a opção do quinhão masculino da parelha.
Tudo isto deve ser em homenagem à sacrossanta discriminação positiva. E as feministas de papo cheio. Imagino, contudo, os tumultos fermentados pelo lobby LGBT. Não se pode contentar toda a gente. O mais delicioso seria ver as feministas assanhadas aplaudirem com entusiasmo uma medida de um governo da direita conservadora. Uma pérola de fina ironia.
2 comentários:
Post espectacular!
Seta apontada à garganta das feministas da idade da pedra...(copiando a AOC).
O Ministro Teixeira dos Santos, num rasgo heróico de coragem, revelou que NÃO HAVIA FINANCIAMENTO PARA JUNHO.
Ou seja, estamos a UM MÊS DA BANCARROTA TOTAL.
http://mentesdespertas.blogspot.com/2011/04/bancarrota-corrupcao-ps-socrates-v.html
FOI SANEADO DAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES POR DIZER A VERDADE!!!
Ora, isto devia ser a preocupação bem grave dos mpolíticos e comunicação social.
já houve uma amostra nos salários atrasados dos militares.
Mas quem fala neste precipício?
O sókas, não claro
PPC anda perdido…idem PP
PCPs e BEs fazem campanha anti- “direita” para manterem o PS-Sókas no governo que lhes dá os tachos nas empresas públicas super falidas…
e em muitos organismos do Estado
Resta a comunicação social…
mas os moluscos invertebrados e comprados pela máfia esquerdalha nada dizem
se fosse a MFL..ou Cavaco…andavam a grunhir todos os dias
mas como é a MAFIA SOCIALISTA COM EXPERIÊNCIA NA MAÇONARIA…mais os amigos PCPs e BEs e os tachos capitalistas nas empresas públicas super falidas ….calam.se escória do país.
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