In http://cosmiclifecoach.files.wordpress.com/2011/12/1093344_the_moon.jpg
Uma vontade de ser que não tem freio.
Uma irrefreável vontade de ver os amanhãs prometidos. Não somos um ensaio
forjado de uma coisa qualquer que idealizamos. Não interessam os processos
artificiais que germinam artificial gente. Dizem que existir é como um teatro,
com a diferença que a existência não se compadece com ensaios. Uma corda bamba.
Sem rede de segurança pronta para deter os passos em falso que terminam em
precipícios. Seja o que for, só contam os processos genuínos, os que pertencem
à espontânea ordem das coisas. É quando deixamos vir à superfície o todo, tão
inteiro, que há em nós. Podemos não gostar de ver certos ângulos desse todo,
podemos até pensar em esconder os desconfortáveis ângulos atrás de biombos baços.
É um erro sem absolvição. É quando traímos o genuíno que se encerra em nós.
Quando isso acontece, os pés aventuram-se num passo que, o mais certo, termina
em precipício. Daqueles sem redes de segurança. Depois das feridas que doem,
depois da cura, demorada ou não, das cicatrizes que sobraram, a altura é de
sabermos ser inteiros. É quando as alvoradas despontam sempre belas. Quando as
palavras são todas sentidas, recusando as ardilosas encenações que pertencem a
um teatro apodrecido. Quando os gestos são singulares. Quando os olhos não se
refugiam no vazio, antes demandando os olhos outros quando estes se anunciam no
refrigério de emoções e palavras. As mãos não se intimidam, nem os sentidos se
atraiçoam. E até os lugares irrelevantes, de tão feios, se perdem no contrário
da fealdade só por existirem no caminho que nos leva algures. Somos
colecionadores dos ingredientes que convocam os sentidos. Recusá-los seria a
entediante existência que se debate com os algozes da superficialidade. Quando
somos inteiros, somos o que somos e assumimos essa grandeza. O resto, e os
outros, não interessam.
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