Há anúncios semeados pelas cidades em cartazes que chamam a atenção das pessoas enquanto esperam na paragem do autocarro. Apelam ao “orgulho hetero”. A ideia partiu da cerveja Tagus. Adivinha-se a intenção: o protótipo do consumidor de cerveja é o típico macho lusitano, que exibe orgulhosos traços marialvas, gaba-se das conquistas entre o sexo feminino, coleccionadas a preceito. Por isso o cartaz expõe um exemplar do sexo masculino pairando sobre um séquito de meninas, encimando os dizeres “orgulho hetero”.
Algumas feministas poderiam exibir urticária. Não terão protesto contra o pregão “orgulho hetero” – sobretudo as que, ainda que feministas exaltadas, não consigam reprimir a sua excitada atracção pelo sexo oposto. Hão-de protestar contra a imagem que retrata o “orgulho hetero” na campanha publicitária da Tagus. O homem com um ar de satisfação ao ostentar as conquistas femininas. E, mesmo aqui, aposto que as feministas do lado heterossexual pouco terão a protestar: afinal elas sabem que também podem exibir uma colecção de conquistas masculinas, na sua forma particular de mostrar orgulho hetero. Contudo, reprovam a imagem do D. Juan pairando sobre as meninas que o apaparicam. A imagem deixa a impressão de dois patamares que cimentam a desigualdade contra a qual se insurgem: o homem no topo, as mulheres submissas num plano inferior.
Tudo isto, e mais ainda, poderia ser motivo de prosa abundante entre os sectores feministas. Até poderiam destapar o argumentário da coisificação da mulher, desta vez de uma forma mais nítida. O que se leu nos dias que se seguiram ao conhecimento da provocante publicidade da cerveja Tagus não foi nada disto. As feministas calaram o protesto, porventura porque não havia motivo para protestar. Foi o lobby homossexual que reagiu, por vezes com uma verbosidade a raiar a violência. Reagiu indignado. Achou que ostentar por via de publicidade o “orgulho hetero” é uma ofensa aos direitos dos homossexuais. Consideraram-se atingidos na sua honra. Terão achado que o cartaz era sinal de exclusão. Porque invocar o “orgulho hetero” é o contrário de defender o “orgulho homossexual”.
Nesta discussão encontro-me à vontade. Só não registo o meu “orgulho hetero” porque os orgulhos não se ostentam. E repugnam-me alarves exclusões dos homossexuais. Todos os direitos garantidos aos heterossexuais devem ser estendidos aos homossexuais. Da mesma forma que acho deplorável que os defensores dos direitos dos homossexuais neguem manifestações de quem se encontra do lado contrário da barricada das preferências sexuais. Acho perturbante que o lobby gay se sinta acossado e até numa campanha que tem tanto de simbólica como de patética leia uma intenção homofóbica. Alguns protestaram, achando inadmissível que haja publicidade que convida os heterossexuais a afirmarem o seu orgulho em o serem. Na sua tacanha maneira de ver o mundo, quem exibir orgulho heterossexual afirma repúdio pelos homossexuais. Deviam saber que o mundo não se resume a dicotomias próprias da pequenez mental. Que alguém afirme “orgulho hetero” não é sinónimo de exclusão dos homossexuais.
Não é verdade que há paradas do orgulho gay? Impuseram-se contra o imobilismo social, que durante tantos anos ostracizou os homossexuais. Hoje é impensável, em sociedades abertas e tolerantes, impedir essas paradas. Que interessa se escorrem folclore? Que interessa se chocam os espíritos mais conservadores – que sempre poderão mudar de cidade nesse dia, ou apenas ignorar a parada que desfila diante dos seus narizes. Alguém proíbe o orgulho gay de se mostrar? Impensável na modernidade que vivemos. Ora se são os grupos de interesses homossexuais que tanto reivindicam uma igualdade de estatuto, que desvario incoerente os leva a negar a pretensão da orientação sexual diferente da deles afirmar o orgulho em ser o que é?
O que é preocupante é a maneira totalitária de pensar dos activistas homossexuais. E a confusão mental em que laboram, ao denunciarem intenções malévolas onde elas não existem. Quando deparo com estas reacções absurdas, que procuram impor a sua maneira de ver o mundo, impedindo quem deles diverge de vir a público afirmar o que são, tenho uma súbita vontade de andar a apregoar aos quatro ventos como tenho orgulho em ser heterossexual. Sem ter necessidade de o fazer; apenas para exaltar um defensivo espírito de contradição que se oponha a totalitarismos de minorias que se escudam no absurdo preceito da discriminação positiva, tão na moda. Tão na moda que tem os custos que se vêm.
Aos homossexuais devia sobrar uma atitude mais discreta. Como têm a liberdade de afirmar a sua orientação sexual, também têm a liberdade de não se reverem no “orgulho hetero”. Ninguém estaria à espera que se fossem inscrever no sítio da Internet onde se cultiva aquele orgulho. Há uma ilação a retirar: quem afinal é conservador, é o lobby gay.
Algumas feministas poderiam exibir urticária. Não terão protesto contra o pregão “orgulho hetero” – sobretudo as que, ainda que feministas exaltadas, não consigam reprimir a sua excitada atracção pelo sexo oposto. Hão-de protestar contra a imagem que retrata o “orgulho hetero” na campanha publicitária da Tagus. O homem com um ar de satisfação ao ostentar as conquistas femininas. E, mesmo aqui, aposto que as feministas do lado heterossexual pouco terão a protestar: afinal elas sabem que também podem exibir uma colecção de conquistas masculinas, na sua forma particular de mostrar orgulho hetero. Contudo, reprovam a imagem do D. Juan pairando sobre as meninas que o apaparicam. A imagem deixa a impressão de dois patamares que cimentam a desigualdade contra a qual se insurgem: o homem no topo, as mulheres submissas num plano inferior.
Tudo isto, e mais ainda, poderia ser motivo de prosa abundante entre os sectores feministas. Até poderiam destapar o argumentário da coisificação da mulher, desta vez de uma forma mais nítida. O que se leu nos dias que se seguiram ao conhecimento da provocante publicidade da cerveja Tagus não foi nada disto. As feministas calaram o protesto, porventura porque não havia motivo para protestar. Foi o lobby homossexual que reagiu, por vezes com uma verbosidade a raiar a violência. Reagiu indignado. Achou que ostentar por via de publicidade o “orgulho hetero” é uma ofensa aos direitos dos homossexuais. Consideraram-se atingidos na sua honra. Terão achado que o cartaz era sinal de exclusão. Porque invocar o “orgulho hetero” é o contrário de defender o “orgulho homossexual”.
Nesta discussão encontro-me à vontade. Só não registo o meu “orgulho hetero” porque os orgulhos não se ostentam. E repugnam-me alarves exclusões dos homossexuais. Todos os direitos garantidos aos heterossexuais devem ser estendidos aos homossexuais. Da mesma forma que acho deplorável que os defensores dos direitos dos homossexuais neguem manifestações de quem se encontra do lado contrário da barricada das preferências sexuais. Acho perturbante que o lobby gay se sinta acossado e até numa campanha que tem tanto de simbólica como de patética leia uma intenção homofóbica. Alguns protestaram, achando inadmissível que haja publicidade que convida os heterossexuais a afirmarem o seu orgulho em o serem. Na sua tacanha maneira de ver o mundo, quem exibir orgulho heterossexual afirma repúdio pelos homossexuais. Deviam saber que o mundo não se resume a dicotomias próprias da pequenez mental. Que alguém afirme “orgulho hetero” não é sinónimo de exclusão dos homossexuais.
Não é verdade que há paradas do orgulho gay? Impuseram-se contra o imobilismo social, que durante tantos anos ostracizou os homossexuais. Hoje é impensável, em sociedades abertas e tolerantes, impedir essas paradas. Que interessa se escorrem folclore? Que interessa se chocam os espíritos mais conservadores – que sempre poderão mudar de cidade nesse dia, ou apenas ignorar a parada que desfila diante dos seus narizes. Alguém proíbe o orgulho gay de se mostrar? Impensável na modernidade que vivemos. Ora se são os grupos de interesses homossexuais que tanto reivindicam uma igualdade de estatuto, que desvario incoerente os leva a negar a pretensão da orientação sexual diferente da deles afirmar o orgulho em ser o que é?
O que é preocupante é a maneira totalitária de pensar dos activistas homossexuais. E a confusão mental em que laboram, ao denunciarem intenções malévolas onde elas não existem. Quando deparo com estas reacções absurdas, que procuram impor a sua maneira de ver o mundo, impedindo quem deles diverge de vir a público afirmar o que são, tenho uma súbita vontade de andar a apregoar aos quatro ventos como tenho orgulho em ser heterossexual. Sem ter necessidade de o fazer; apenas para exaltar um defensivo espírito de contradição que se oponha a totalitarismos de minorias que se escudam no absurdo preceito da discriminação positiva, tão na moda. Tão na moda que tem os custos que se vêm.
Aos homossexuais devia sobrar uma atitude mais discreta. Como têm a liberdade de afirmar a sua orientação sexual, também têm a liberdade de não se reverem no “orgulho hetero”. Ninguém estaria à espera que se fossem inscrever no sítio da Internet onde se cultiva aquele orgulho. Há uma ilação a retirar: quem afinal é conservador, é o lobby gay.
1 comentário:
deves e ser panuca !vai mas e la po porto encontrar 2 travestis a ver s t safas!!!tu e que es heterofobico!
Enviar um comentário