9.11.11

Da categoria “olha o patego”: o fantástico universo dos conceitos do líder do PS


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Fica-me mal, eu sei; há de parecer sobranceria intelectual, mas vai na mesma: andam por aí umas sumidades que demoraram uma eternidade a fazer-se bacharéis e que depressa trepam nos tamancos da cátedra que inventaram para si mesmos quando se olham, ufanos, ao espelho das vaidades. O líder do PS (quem me recorda o nome do senhor?) é um exemplo do arrivismo serôdio. Nós apanhamos com os cacos da bazófia intelectual. Faz lembrar aqueles “inteligentes” que querem brilhar num discurso (escrito ou em oratória) e metem os pés pelas mãos, tropeçando na indigência gramatical própria de quem monta num cavalo que não é para as suas andanças.
Há uns tempos o líder do PS (tenho o nome dele na ponta da língua...) descobriu o conceito de “austeridade inteligente”. A ciência económica exultou. Tinha sido descoberta a quadratura do círculo: uma austeridade pródiga em crescimento deixava de terminar em ponto de interrogação. Por decreto do génio, passava a ser possível montar numa escada e descer para cima. Um dia destes, o líder do PS ainda vai a prémio Nobel da economia (e, nessa altura, talvez não me esqueça do nome do senhor).
Anteontem anunciou, com aquela pose grave de estadista que se confunde com o rosto de bebé a fazer beicinho, que o PS se abstém no orçamento. Advertiu que se tratava de uma “abstenção violenta mas construtiva”. Não sabia que uma abstenção pode ser violenta. Nestas coisas da luta política, violento é um “não” – e, recorde-se para esclarecimento cabal, raros são os “não” que o são (violentos). Desta vez, o líder do PS (digam-me lá o nome...) abusou. Quis ser prolixo e verteu cacofonia. Atar as pontas entre a violência e algo construtivo é uma dupla contradição quando ambos os termos servem a abstenção.
Em tudo há uma serventia. Até nas palavras cobertas pelo risível. São uma impressão digital de quem as pronuncia. E chego ao fim sem conseguir recordar a graça por que o líder do PS é conhecido.

2 comentários:

Sérgio Lira disse...

"Tónio", Paulo, é "Tónio" (ou Tóino, como preferirem) a graça de sua sumidade...

PVM disse...

Estou na dúvida, Sérgio (agora que fizeste o "clique" necessário), se não será "Totó"...