In http://thumbs.dreamstime.com/thumblarge_264/1209637724BRUz9l.jpg
Mote:
Cavaco Silva, que nunca deixa empoeirar Lord Keynes, adverte que o Banco
Central Europeu (BCE) deve ser um “emprestador de último recurso”.
Esta
é uma crise purificadora. A esquerda moderada sossegou-se: um dos seus continua
no palácio de Belém. O conceituado economista – que o inquilino do palácio faz
gala em esfregar-nos nas fuças a imbeliscável craveira de economista – monta na
pose de professor e disserta sobre a conjuntura.
Olho
para a presunção académica do Prof. Cavaco e faz-me lembrar a prosápia do Prof.
Boaventura. E o Prof. Cavaco (ou hei de dizer o senhor presidente?) sobe nos
tamancos da suposta autoridade académica, tingindo-a com a mui respeitável pose
de homem de Estado acima de qualquer suspeita (assim se vê ao espelho) e engana
a populaça iletrada nas artes da ciência económica. O zé povinho, mesmo o que
nunca o escolheu no boletim de voto, pensará com os seus botões: “lá de economia percebe o homem”. E assim
se fazem leis de bronze quando Cavaco presidente se confunde com Cavaco
professor de economia. O homem comum, iletrado em economia, mal imagina que há
outras lentes para perceber os fenómenos da economia.
A
última pérola de conhecimento é que o BCE deve carregar helicópteros com carradas
de notas, dar ordem para levantar voo e posterior derrame das notas sobre os
nossos incrédulos narizes. Se a economia vive à míngua de dinheiro, o banco
central que o fabrique. Tão simples as soluções – para que hão de complicar os
burocratas com a fobia da inflação reduzida se a doença mortífera é o
crescimento anémico?
Se
calhar os alemães, esses teimosos que só querem manter um freio na inflação, é
que estão errados. Às malvas os pergaminhos de economia com o melhor desempenho
após a segunda guerra mundial. Venham as notas, e muitas, imprimidas com
generosidade pelo BCE em Frankfurt. Se depois a inflação disparar para a
estratosfera e os mais pobres ficarem ainda mais apopléticos (pois a inflação,
quando sobre às estrelas, come os ossos a quem é mais pobre), perguntaremos a
Cavaco (ainda presidente ou já só economista?) qual o milagre que tira da
cartola.
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