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Dizem que é da genética. Noutros, ser
lambe-botas é comportamento (adaptado). Por conveniência ou oportunismo,
desfazem-se em cortesias vãs perante as pessoas que acham que devem pajear.
Para o caso, não interessa a distinção –
se é inato ou apenas oportuno ser uma carraça que se humilha e acha que a
humilhação derrete o bom coração dos que mandam, para os que mandam decidirem
em seu proveito. Os lambe-botas não têm autoestima. Na hierarquia das espécies,
apareceriam como invertebrados, os animais sem espinha dorsal. Andam imersos
todos os dias numa hipocrisia aviltante. Ele são genuflexões embaraçosas,
palavras elogiosas que mais parecem uma dose de veneno, uma simpatia untuosa
que se insinua falaz. Ser-se lambe-botas (sobretudo se for por comportamento
adaptado) é, talvez sem darem conta, uma exibição pungente das fraquezas. Para
serem lambe-botas é porque acham que não têm méritos próprios para conseguirem
o que querem. Ou porque acham que consome menos forças manobrar no bas-fond das
influências com palavras mansas, duas pancadinhas nas costas e o pedido de
soluções que não estão nos livros.
Seja como for, é humilhante. Para quem é
lambe-botas, que nem mede o estado larvar em que se arrasta quando aparece como
pajem dos “poderosos” que podem decidir a seu favor. Também é embaraçoso para
os “poderosos”, sobretudo quando, em o sendo, rejeitam o usufruto do poder que
cativa o respeito dos outros que se transfiguram em lambe-botas. É um estorvo
por causa do poder que os lambe-botas entronizam nos lambidos. Em sendo o caso
de estes serem alérgicos ao poder. É humilhante e transpõe a fronteira da
hipocrisia. É o caso dos lambe-botas que o passaram a ser por conveniência.
Pois dantes o não eram. Uma mudança de circunstâncias muda as ideias (o poder
que passou para as mãos de quem passa a ser desiderato dos lambe-botas; ou a
compreensão de que os fins são uma miragem se o “poderoso” não for cativado
como soe ser). Passando a haver uma hipócrita e dispensável genuflexão.
Os lambe-botas são como os mosquitos que
adejam de atalaia à primeira distração, para aferroarem o aguilhão e sugarem
uma dose de sangue da vítima que, antes de o ser, era o desiderato dos
lambe-botas.
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