Já escrevi sobre isto na quinta-feira da semana anterior. Coincidiu com a mudança de template do blog, o que eliminou temporariamente a possibilidade de introduzir comentários. Não se pense que me queria esquivar às críticas por um escrito tão “politicamente incorrecto”.
Recebi do Miguel Sousa um e-mail que teria sido comentário caso este dispositivo estivesse disponível na altura. O texto desse e-mail é o seguinte:
“Oh meu! Alteraste no teu blog a possibilidade de resposta??? Logo hoje que eu ia desancar no teu texto...
Podes ter toda a razão, mas o que eu tiro deste Porto do Mourinho (e tu sabes que até nem sou portista) é algo de que este país precisa muito: eficácia! Resultados! Podem ser arrogantes, teimosos, parvos... mas perante a situação, resolvem-na! Ganham!
Isso é algo que falta ao nosso país. Queixamo-nos, somos os melhores, os "com mais jeito para tudo", mas os outros é que são eficazes. Este Porto contraria isso.”
Uma resposta telegráfica:
1. Não gosto do FC Porto, do Pinto da Costa, do Mourinho. É uma questão pessoal. Assumo que pode ter pouco de racional. Mas é assim que penso, não consigo fugir deste apelo vindo do interior. Não vou fazer de conta, nem engrossar a lista dos que apoiavam a façanha, num unanimismo nacional, só porque é de bom-tom ter este comportamento. Para o mal, assumo que preferia que o Mónaco ganhasse.
2. Defender a eficácia sem olhar aos meios é um método perigoso. Por este andar, estamos a defender que todos os meios justificam os fins. E, como correm abundantes suspeitas desde há largos anos, parece que a agremiação de que falamos é useira e vezeira em não olhar a meios para atingir as vitórias com que gosta de humilhar a concorrência. Se é este o caminho, prefiro a lógica das “vitórias morais”, o anátema do “perdemos mas saímos de cabeça erguida”. Ao menos ainda resta a consciência!
2 comentários:
Desta vez o teu lado emocional sobrepôs-se nitidamente à tua tão admirada por mim racionalidade.
Parece que o FCP matou alguém para ser Campeão Europeu...
Face aos teus argumentos, nem sei como contrapôr. São tão subjectivos...
Usar os mass media para colocar pressão nos adversários é uma táctica como outra qualquer. O problema é que os adversários "caem"...
Enfim, entre o Pinto ou o Dias, escolho a eficácia do primeiro à inconsistência do segundo.
Ponte Vasco da Gama
Todos temos um lado emocional. O que traz a análise para o subjectivismo. Este tema é daqueles assuntos em que a sensibilidade fica à flor da pele quando tomo contacto com as artimanhas e com a postura das personagens.
Reajo mal. Como reajo mal à prosápia que convoca a um cortejo de saudações nacionais, num sentimento unânime que não anda muito longe da vassalagem que cultiva o ego de quem se presta à vassalagem.
Não entro nesse jogo. Estou condenado à dissidência - ainda que isso me custe ser "politicamente incorrecto".
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