7.5.10

Não faças o sacrifício, pá!

Sócrates: "Nunca quis ser primeiro-ministro."

4 comentários:

Milu disse...

Quanto a mim antes o Sócrates que o Paulo Portas, o qual não me inspira absolutamente nenhuma confiança. Quanto ao CDS é um partido sem alma, pois ao manter o Paulo Portas como líder, transmite a mensagem de que não tem no seu seio, mais ninguém que se preste para tomar esse lugar. Quer queira quer não essa imagem enfraquece o partido. Ainda não estou esquecida do destrambelhamento das figuras mais emblemáticas do CDS aquando do hiato em que o Paulo Portas decidiu abandonar a liderança do CDS, pareciam umas baratas tontas, sem rei nem roque! Contudo, reconheço o Paulo Portas como alguém muito inteligente, mais inteligente do que aquela velharia toda junta que ele comanda, tem, no entanto, um senão, não passa de um menino, que teve tudo ao alcance da mão, e não é assim, que nascem ou se fazem os grandes homens.
Agora, também é verdade, que o Sócrates corre o risco de me desiludir. E porquê? Porque o caminho mais fácil, na generalidade, nunca é o mais certo. E foi esse caminho que tomou, quando após a reunião com Passos Coelho, veio anunciar as medidas que haviam sido decididas, no âmbito dos apoios sociais, nomeadamente nos cortes dos montantes do subsídio de desemprego, muito embora eu tenha ficado com a ideia, de que as alterações apenas atingem aqueles que recebem mais, ainda assim meteu-me nojo! Governante que faz isto, só merece desprezo, porque mais uma vez foi evidente que são sempre os mesmos a pagar a crise. É certo que muitos são os desempregados que se encostam ao subsídio, mas não acredito que o façam por não quererem trabalhar, é muito mais por as ofertas de emprego, que lhes chegam através do Centro de Emprego, carecerem de dignidade. Se eu pensasse o contrário, isto é, que as pessoas desempregadas o que querem é estar sem trabalhar, visto que têm um rendimento, estaria, então, a pensar o pior do meu semelhante, e esse facto faria de mim um ser desprezível, porque estaria a fazer tábua rasa do sofrimento de muitos daqueles que lutam por um emprego em vão. Não há nada que nos dê mais legitimidade para falar de algo do que a sua própria experiência, por ter passado pela mesma situação. E eu sei o que passei, numa altura da minha vida, em que estive desempregada. Cheguei ao ponto de sentir vergonha de dar a entender a minha situação, porque, desgraçadamente, sei ler nas entrelinhas, e o que eu lia, meu Deus, nos olhos, nas expressões e nas falas curtas e hesitantes dos meus interlocutores. É por isso que este assunto, de desemprego e subsídios me é caro. Às vezes dão-me ganas de escrever essas minhas memórias e pode crer que deixaria muitos a pensar, incomodados também. De uma forma geral, os empregos cuja oferta pode ser encontrada nos centros de emprego são mal pagos, além de custosos, não censuro ninguém que os não aproveite, a não ser que esteja de corda no pescoço. Também acredito que haja boas ofertas, mas essas são logo "abarbatadas" para os amigos e conhecidos, a velha história da cunha.
Fugi do tema, bem sei, mas se o Sócrates é o cerne da questão, então também o é a sua obra, que espero não resvale por este caminho, que ganhe coragem e encete um caminho nunca antes navegado,ou seja, vá buscar onde há muito. Por exemplo: acabe com as pensões e reformas múltiplas, dos políticos, principalmente

PVM disse...

Cara Milu:
É esquisito, não sou do CDS nem simpatizo com o P. Portas. Não sei de onde terá tirado essa ideia!

Milu disse...

Também acho esquisito porque algures por aqui nos seus textos tirei essa ilação, que perfilava as alas do CDS embora numa determinada facção, mais liberal, sei lá! Que não gosta do Paulo Portas sei-o bem, isso já me havia sido dito num seu comentário em resposta a um outro meu. Agora deixou-me baralhada! :D

De qualquer das formas, por tudo quanto tenho intuído através da leitura dos seus escritos,onde estão patentes os valores que defende, ou até através das acusações que aqui e ali ponteiam o seu discurso, tenho dificuldade em "encaixá-lo", nas outras vertentes que restam. Por vezes pressente-se alguns laivos que aludem ao anarquismo, não gostar de ser tido ou "levado" como se levam todos os que são comuns.

PVM disse...

Lá está, não nos temos que encaixar na paisagem partidária que existe, pois não?!
Quanto ao CDS: um liberal (com muitas tendências anárquicas, admito) não se encaixa num partido conservador. Os liberais e os conservadores não "casam".