In http://aventadores.files.wordpress.com/2013/09/pocilga.jpg
E se, na empresa onde trabalhas, andasse
um indivíduo do aparelho socialista a educar, insistentemente, os colegas de
trabalho para se inscreverem como simpatizantes nas eleições diretas que a
seita vai fazer? E se, na empresa onde trabalhas, essa pessoa tivesse o topete
de convencer o voto num dos camaradas em compita? E se, na empresa onde
trabalhas, o capataz do aparelho tirasse da manga um trunfo sórdido ao assustar
os colegas de trabalho com a perda do emprego se não lhe fizerem a vontade?
Não é na América Latina. É com o PS de
Portugal. É numa empresa em Portugal. Talvez o militante esteja habituado ao
baixo caciquismo do partido dele. Talvez: pois se até mortos têm as quotas de
militante atualizadas, o impossível deixou de ser impossível. Mas é neste
Portugal latino-americanizado que uns agiotas de ideias acham legítimo vir para
o trabalho fazer propaganda eleitoral. Só de si, já era lamentável. O
diagnóstico piora quando o safardana morde nas canelas dos colegas, persistente
que é, para irem ao sítio da Internet da agremiação e se inscreverem como
simpatizantes, à força. Se vem um não como resposta, devia sobrar a vergonha do
trauliteiro e meter a viola no saco. Mas não. Insiste. Talvez acreditando que a
melhor tática é vencer os relutantes pelo cansaço.
Porventura não faz parte da civilização
(que julgamos ser) o respeito pela liberdade de escolha. Quando o angariador de
votos peregrina, incansável, a tentar convencer os outros, mostra a cepa de que
é feito: intolerância pura, que se alimenta da falta de respeito pela
intimidade dos outros. Porque há quem, candidato a eleições ou assumido
militante de uma agremiação que procura votos, não faça questão de esconder a
sua escolha. Estão no seu direito. Tal como o estão aqueles que guardam para a
mesa de voto o segredo da escolha. A liberdade de escolha merece o respeito que
sequazes como este não percebem. Não faz parte do seu código genético. Pobre
democracia, que arrastas os teus ossos por esta decadência.
Até hoje não fui vítima deste assédio
eleitoral. Não sei se é por ser público o meu ódio de estimação (as palavras
foram bem ponderadas antes de serem escritas) à seita socialista. Ou se é de, a
uns dias da grande festa eleitoral, estarem inscritos cento e cinquenta mil
“simpatizantes” – um magro um e meio por cento dos eleitores, fraco desempenho
para quem está em pulgas para voltar a pôr as patas no ouro do poder. Só sei
que talvez, pela primeira vez, vá engolir um sapo de todo o tamanho. E vote na
coligação do mau governo que é o do momento. Como se fosse um voto com os pés
em sentido invertido: para evitar que os que se babam pelo poder lhe deitem a
mão. Entre um que é mau e outro que é ainda pior, pode ser necessário fazer uma
escolha. Mesmo que seja contrariada.
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