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Sete são as chaves precisas para guardar os
segredos que importam. Sete chaves chegam para deixar de fora os intrusos. Com
sete chaves selamos a noite. Sete são as chaves que impedem que as lágrimas
vertam dos olhos marejados. E são sete chaves que protegem a fortaleza contra
os tiranetes que espiolham vidas que não são suas.
Às sete chaves emprestamos ouro. Passam a ser preciosas
em funções solenes, em atos preparatórios da grandeza assinalada. Chegam sete
chaves. A cada chave, uma empreitada. Uma desencrava a ferrugem que estiver
alojada dentro da reentrância por onde entra. A segunda lubrifica a engrenagem,
preparando o caminho para a terceira chave, a que roda para o lado a preceito e
abre a porta (e depois a fecha, quando o encerramento tiver valimento). A
quarta chave fica de reserva, pendida na fechadura caso seja necessário terçá-la
para o que aprouver. A quinta chave guarda-se num cofre; é a chave de reserva
se as outras se extraviarem. A sexta chave empresta-se a pessoa de confiança. A
sétima é a chave-mestra, a rainha de todas.
Não precisamos de envergar as sete chaves. Só
precisamos de saber que temos as chaves todas, sete no total, e que à falta de
uma, outras se aprestam a fazer a sua função. Tutores das chaves todas, é como
se o mundo (que interessa) se ajoelhasse diante de nós. Mas isso não interessa.
A jactância não oferece recompensas, a não ser àquela gente de fraca têmpera
que ensimesma um orgulho narcísico.
Os espelhos ficam connosco. Não os mostramos a ninguém.
Guardamo-los com as sete chaves que recolhemos no cofre de que só nós sabemos o
código. Também não interessa se outros há que invejam esta coroa de espinhos. A
inveja é uma malícia que assimila as apoquentações da alma. Pertence aos
fracos. E nós, imperadores das sete chaves, metemos o mundo (que interessa) na
palma das mãos e entrelaçamos-as com as sete chaves que estiverem na algibeira.
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