Royal Blood, “Out of the Black” (live From Brighton on the Beach), in https://www.youtube.com/watch?v=t3JWiZlQpQo
E depois as consequências perderam-se no emaranhado de pensamentos avulsos antes que anoitecesse e o sono se moldasse aos pesadelos contíguos que arrancavam do luar a luz estrénua que precisavam para assaltar as consciências mudas. E depois as mãos sentiam-se suadas, percutidas pela fogueira que salvava a casa do frio do Inverno antes que a geada tomasse conta dos poros das paredes e do chão e a hibernação fosse apenas o fingimento da morte. E depois os animais despenhavam-se num momento lúdico como se nada mais importasse e os contratempos do mundo fossem uma competência exclusiva dos Homens que com as suas luvas de maldade preenchiam os espaços deixados em branco. E depois havia um depois ainda alinhado sob as copas das árvores, o estuário que pressentia o mar largo, as estações de comboio onde as pessoas são intrusas e a mortalha que resguarda as pessoas contra a sindicância dos outros. E depois faltava o medo entretanto emudecido pelo assalto desbocado às palavras como se em falta estivessem por suspeita de embargo nos dias que estavam para vir. E depois nem as cordas todas do mundo davam para amordaçar as almas destemidas que eram viradas do avesso enquanto as estrofes eram terçadas contra o enxovalho limítrofe. E depois, ainda à espera de outro ainda, media-se a temperatura da confiança depois de as pessoas terem sido atiradas umas contra as outras num esboço de conspiração que invadira o lugar. E depois o céu noturno acendeu-se com o rabear de um cometa que as pessoas não puderam contemplar por culpa do sono convencionado para a noite. E depois, antes que voltasse a ser depois, as páginas recuavam por força do vento que as adestrava para a melancolia irrisória, própria dos que se refugiam num tempo amuralhado mas impossível. E depois, ficaram apenas à espera do etc.
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