13.2.12

Sequela: os donos do resgate foram encarcerados


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(Inspirado neste disparate)
Sabendo que os negociadores do resgate tinham sido sequestrados por um bando de extremistas, as altas cúpulas fizeram-se ao caminho. O avião aterrou por entre a tempestade. Os três homens viajavam sem segurança privada, só tinham a tripulação como tutora. Os poderosos, enfim, à mercê de uns zés-ninguém. O ar estava pesado. Podia ser da avaria no termóstato do avião. Podia ser da terrível humidade que ensaiava a sua coreografia com a medonha tempestade. Podia ser a perturbação por saberem que um punhado de subordinados estava à mercê dos tresloucados. Ou podia apenas ser impressão deles. O americano espreitou pela janela embaciada. Ficou sem perceber a azáfama que ia na pista, com blindados do exército a porem em sentido os funcionários do aeroporto. Viu armas empunhadas pelos militares, mas não deu importância. Todos os dias se assistia pela televisão à desordem montada pelos rebeldes, os que não queriam compreender a missão dos negociadores internacionais.
Mal pousaram o chão no muito molhado asfalto já na embocadura na gare, os negociadores foram cercados por duas dezenas de militares. Ao início, ainda sossegados, ocorreu-lhes tratar-se de uma escolta reforçada. A turbulência subira aos máximos e o exército queria proteger quem era tão contestado. Enganaram-se no diagnóstico. Um militar de patente, após a costumeira saudação militar, entregou em mão um papel lacrado ao negociador que primeiro pôs um pé em solo pátrio.
Tudo era diferente da impressão que tiveram ao descer as escadas do avião. Houvera um golpe de Estado. Os rebeldes que tomaram conta das ruas e espalharam destruição foram até aos palácios do poder para tomar o poder. O exército apoiou a intentona. A primeira decisão foi aprisionar os negociadores. Haveriam de ir a tribunal pela delapidação do pobre país. Os credores agiotas seriam perseguidos em tribunais internacionais. De uma coisa podiam estar certos: terminara a exploração. A dívida tinha sido extinta com as palavras singelas e comovidas do porta-voz da revolta.
Os negociadores internacionais não pernoitaram no hotel requintado. Dormiram na cela. Mesmo ao lado dos meliantes comuns.

1 comentário:

CláudiaR. disse...

Esperemos que estejas mesmo só na ficção. Porque o cheiro é de pólvora e o rastilho já está aceso.