In http://www.garopabafm.com.br/image/noticia/p/not_1301082389DSC01224JPG.jpeg
Fico comovido quando nos ensinam, sem
hipótese de negação, que o mundo tem de ser entendido pela lupa do coletivismo.
Somos uma sociedade, o grupo deve valer mais que os indivíduos. As vontades
individuais devem inclinar-se à vontade coletiva (sem se perceber, de maneira
convincente, como se forma a vontade coletiva e quem a determina). E quando
apresentam um cardápio generoso em deveres imperativos, sobra a vontade de
dizer não as vezes que forem precisas.
O governo empossou-nos, cidadãos sem recusa
do pagamento de impostos, fiscais ao serviço da autoridade tributária. Somos
obrigados a pedir fatura (caso os estabelecimentos onde fazemos compras sejam
relapsos e fujam da sua obrigação fiscal). E se declinarmos o voluntariado
fiscal à força, corremos o risco de ter de depositar coima pelo esquecimento.
Mal andamos quando sobre nós se abate
um paternalismo fiscal que se confunde com totalitarismo. Mandam dizer os
moralistas que ainda suportamos (a sociedade, para em cada um de nós se soltar
a indignação de quem esbarra numa injustiça) muita fuga aos impostos. Que se
não houvesse tanta gente sem escrúpulos seríamos nação mais próspera, por via
dos réditos fiscais e do aumento da riqueza medida. Com uma mãozinha da
tecnologia que se põe ao serviço do cruzamento de dados, para deleite dos
mangas de alpaca que adoram ser intrusos na vidinha dos súbditos. Para este
plano totalitário não soçobrar, uns funcionários do fisco vagueiam por aí sob
disfarce, preparados para educar (à força de coima) os contribuintes que não
quiserem ajudar a combater a fraude aos impostos. O que ainda não contaram, é
que esses bufos invisíveis não têm poderes policiais – eles não podem obrigar à
identificação de quem recusar a sua autoridade (a menos que cada fiscal do
voluntariado fiscal ande atrelado a um polícia à paisana, o que podia ser uma
ideia catita para diminuir o desemprego que continua a crescer).
E ainda há por aí uns iluminados da filosofia
política que continuam a papaguear que este governo é qualquer coisa aparentado
com o liberalismo. Não sabem o que é o liberalismo, nem supõem que este
governo, ele mesmo, não sabe ao certo o que é (ideologicamente falando).
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