In http://www.libertarianismo.org/wp-content/uploads/cappypigs.png
O lucro, ou a ganância de o obter, é o
mau presságio do capitalismo. Isto podia ser o argumentário de um marxista, ou
o fadário de alguém que transita pelo pessimismo antropológico. Os tempos não
andam fáceis para liberais e anarco-capitalistas. Desta vez não há conspiração
de trevosos esquerdistas, com o beneplácito de plumitivos habitualmente
sensíveis às esquerdas, para encostar à parede capitalistas. Desta vez, foram
os capitalistas (alguns capitalistas) que, desastrados, se puseram a jeito para
serem peixe apanhado na rede da sua própria avidez. Ele são os banqueiros
sedentos de poder e dinheiro que ficaram remetidos à desgraça. Ele são empresas
que reivindicam a si mesmas um lugar de incontestável reputação e têm, pela calada,
práticas que são a antítese da lisura. Empresas que faturam o que não devia ser
faturado, talvez apostando na distração dos consumidores que não conferem o que
vem na fatura. Ou uma empresa multinacional de telecomunicações (que abusa do
vermelho na publicidade) a intimar o consumidor a pagar duas vezes o mesmo
serviço. Perante a perplexidade do cliente, a empresa admite que não tem
registos da fatura que prova o pagamento (e provaria que a intimação para pagar
uma segunda vez é indevida). E o cúmulo da insolência: o cliente que tem a
fatura provando o pagamento é que tem de enviar fotocópia dela para não ser
mais incomodado pelos advogados ao serviço da empresa multinacional (e que
tratam estes assuntos com a delicadeza de uma besta). A poderosa empresa
multinacional acusa o cliente de falta de pagamento e é ele, cumpridor, que tem
de provar que não está em falta. Afinal o que se ensina nas faculdades de direito
(quem acusa tem o ónus da prova) deve ser letra morta quando estas empresas poderosas
se relacionam com os seus, porventura muitos, néscios e tementes clientes. Deve
existir uma ilha dentro do Estado de direito que admite que estas prepotentes
empresas vivam à margem dos esteios do Estado de direito. Com comportamentos
destes, percebe-se que as esquerdas e, sobretudo, as esquerdas radicais tenham
de existir. Estes exemplos de capitalismo suicidário constituem prova de vida
da extrema-esquerda.
Sem comentários:
Enviar um comentário