4.11.14

Escrito nas estrelas

In http://www.diariolanube.com/wp-content/uploads/2014/04/pablo-iglesias-logo-papeleta-podemos.jpg
O sonho húmido do Tavares, através das boas novas vêm de Espanha – desmentindo o adágio, absurdo como são os adágios e absurdos o são porque selam o timbre do conservadorismo, que é atávico. Os ventos que sopram de Espanha sussurram que o partido gémeo do Tavares (“Podemos”), vai à frente nas sondagens. Consta que os espanhóis estão cansados dos partidos que habitualmente amesendam no poder. Ou porque são incompetentes enquanto governo, ou porque são tão maus na oposição que não auguram nada de bom se vierem para o governo outra vez, ou porque se enlamearam em negócios escuros que cheiram a corrupção. Ou, apenas, porque há muitas almas espanholas que querem mudança.
O Tavares sonha. Sonha que os ventos que sopram de Espanha não sejam apenas os descritivos ventos das notícias. Sonha com sondagens que mostrem o seu partido no primeiro lugar, em promitente lugar de quem vai deitar a mão à governação. E sonha que as sondagens tenham tradução em votos, para se cumprir o seu desígnio de ativação cívica: correr com a direita do poder, a direita ensaboada na cumplicidade dos negócios com a política, a direita que gosta de punir os pobres com miséria. Porque o Tavares, à imagem e semelhança do neo-camarada do “Podemos”, é de uma gesta diferente. Os outros, os que têm abocanhado o poder e que nos puseram serventuários dos poderosos da Europa e da finança, são biltres que jogam a política acintosamente contra o próprio povo que os elegeu.
O Tavares é diferente. Só o move a honestidade e o idealismo de desfazer impérios da alta finança para espalhar pelo bom povo os proventos indevidamente apropriados. A luta de classes está de volta. Em pezinhos de lã, com o beneplácito da história que se repete (ou não fosse o Tavares um historiador académico – o que logo afiança as suas credenciais), com a renovação de mentalidades sob a batuta do grande e desinteressado educador das massas que despiu a altivez da toga académica para servir o povo tão maltratado.
Mas é um sonho, apenas. O povo lusitano é ingrato, não reconhece os bons ofícios do Tavares. Ou é ignorante e não alcança a mensagem salvífica do Tavares. Mas ninguém te proíbe de sonhar, Tavares. Vai lendo as notícias que o vento te traz de Espanha. E sonha, sonha. Porque sonhar, é Livre (pelo menos enquanto não te sentares na cadeira do poder).

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