Tenho para mim que há nos ambientalistas assanhados um totalitarismo mal disfarçado. Se eles mandassem – de facto, que por vias travessas já conseguem exercer um poder notável – seríamos um rebanho ordeiro, pautado pelos mandamentos ambientais elevados à categoria de lei máxima. Não haveria lugar a deslizes, senão as chibatadas dos pressurosos guardiães da sanidade ambiental seriam punição severa, mas decerto ajustada (aos olhos dos adoradores do ambiente).
Esforço-me por respeitar o meio ambiente. Procuro adoptar comportamentos que sejam amigáveis do ambiente. Nesse sentido, já fui influenciado pela retórica ambientalista. Admito que há-de haver um ponto de partida, que neste caso passa pela divulgação de informação que traga alguma educação ambiental. O problema é que frequentemente a educação ambiental vai longe de mais. Não se limitar a divulgar informação; distorce factos, instala a culpabilidade como instrumento necessário para a mudança de mentalidades. Nada de novo, numa era consumida pela adulteração de valores a tal ponto que, como é sabido, muitos se vangloriam que todos os meios se justificam em função dos fins.
Acho deplorável a intrusão dos ambientalistas, a forma como fazem passar as suas verdades incontestáveis, incontornáveis. São os novos sacerdotes da moral imperativa. Nós, servos da nova agenda que colocou a protecção do ambiente à frente das prioridades. Da vida, sabemos que quem comete exageros perde discernimento, não hesita em deformar factos para os moldar ao oportunismo das suas verdades. Já nem sequer discuto o mau gosto de veicular mensagens que tocam bem fundo na consciência dos destinatários. É tão deplorável que a discussão ficava por aí. Por isso, muitas vezes me arrependo de ter consciência ambiental quando ouço os evangelizadores do ambiente a perorar as suas verdades insofismáveis. Só de os ver, impantes, apetece-me arrepender da sensibilidade ambiental que entretanto fui ganhando. Não o faço porque a natureza não tem culpa de quem se faz passar por seu advogado de defesa.
A moda do ambientalismo é mais uma manifestação de coerção, das imensas que vêm do passado e que se juntam a novas expressões que têm nascido. A prova da coerção está no sentido impositivo do discurso dos ambientalistas, espumando uma raiva doentia pelos que teimam em espezinhar a protecção da natureza, ou pela assertividade com que determinam comportamentos que só não são obrigatórios porque não têm a arma da legislação à mão de semear. Como se não bastasse, adulteram factos para inocular dores de consciência naqueles que sejam sua audiência.
Há dias fui espectador de um breve programa de televisão consagrado ao ambiente, que passa antes do telejornal das oito na RTP (“SOS Terra”). Não mais que cinco minutos. Pouco tempo mas de informação concentrada. Aprende-se muito. Por exemplo, que devemos partilhar boleias quando nos deslocamos para a cidade no ramerrame diário. Para darmos um contributo para a preservação do ambiente, emitindo menos monóxido de carbono para a muito poluída atmosfera. Como se aprende que se desligarmos o ar condicionado do automóvel gera-se uma poupança de 1,8 litros de combustível a cada cem quilómetros percorridos.
Começo por esta informação. É paradigmática do totalitarismo dos ambientalistas. Só mentes que se devotam ao totalitarismo é que distorcem dados quantificáveis. Os cultores do ambiente limpo não hesitam em pespegar-nos dados estatísticos e alindá-los com o manto do rigor científico. Não contam que alguém possa contestar os dados. Lamento desenganá-los: já tive três automóveis com ar condicionado e experimentei o consumo de combustível com o ar condicionado ligado e desligado. Em todos esses carros, havia computador de bordo que dava informação sobre o consumo de combustível. A poupança máxima que consegui foi de 0,3 litros por cem quilómetros percorridos. Muito diferente de 1,8: seis vezes menos! Entretanto, os incautos e os que vão nos modismos do politicamente correcto ouvem a informação e aceitam-na como fidedigna. Quando ela é um logro.
Uma nota final acerca das boleias partilhadas. O programa deixou um site que funciona como mercado de boleias – quem se oferece e quem procura partilhar boleias (www.deboleia.com). Logo hoje, que a sociedade está tão perigosa, cheia de psicopatas, ou de pessoas fartamente aborrecidas, quem se arrisca a entrar no quarto escuro e partilhar uma boleia com quem não conhece? A protecção do ambiente compensa os riscos que se correm na possibilidade de nos calhar em sorte, como boleia partilhada, um psicopata? Isto só vem confirmar a ideia que tenho dos exacerbados ambientalistas: curam mais da natureza do que das pessoas. Porventura o seu nirvana é um planeta despojado de humanos. Porque não começar por eles?
Esforço-me por respeitar o meio ambiente. Procuro adoptar comportamentos que sejam amigáveis do ambiente. Nesse sentido, já fui influenciado pela retórica ambientalista. Admito que há-de haver um ponto de partida, que neste caso passa pela divulgação de informação que traga alguma educação ambiental. O problema é que frequentemente a educação ambiental vai longe de mais. Não se limitar a divulgar informação; distorce factos, instala a culpabilidade como instrumento necessário para a mudança de mentalidades. Nada de novo, numa era consumida pela adulteração de valores a tal ponto que, como é sabido, muitos se vangloriam que todos os meios se justificam em função dos fins.
Acho deplorável a intrusão dos ambientalistas, a forma como fazem passar as suas verdades incontestáveis, incontornáveis. São os novos sacerdotes da moral imperativa. Nós, servos da nova agenda que colocou a protecção do ambiente à frente das prioridades. Da vida, sabemos que quem comete exageros perde discernimento, não hesita em deformar factos para os moldar ao oportunismo das suas verdades. Já nem sequer discuto o mau gosto de veicular mensagens que tocam bem fundo na consciência dos destinatários. É tão deplorável que a discussão ficava por aí. Por isso, muitas vezes me arrependo de ter consciência ambiental quando ouço os evangelizadores do ambiente a perorar as suas verdades insofismáveis. Só de os ver, impantes, apetece-me arrepender da sensibilidade ambiental que entretanto fui ganhando. Não o faço porque a natureza não tem culpa de quem se faz passar por seu advogado de defesa.
A moda do ambientalismo é mais uma manifestação de coerção, das imensas que vêm do passado e que se juntam a novas expressões que têm nascido. A prova da coerção está no sentido impositivo do discurso dos ambientalistas, espumando uma raiva doentia pelos que teimam em espezinhar a protecção da natureza, ou pela assertividade com que determinam comportamentos que só não são obrigatórios porque não têm a arma da legislação à mão de semear. Como se não bastasse, adulteram factos para inocular dores de consciência naqueles que sejam sua audiência.
Há dias fui espectador de um breve programa de televisão consagrado ao ambiente, que passa antes do telejornal das oito na RTP (“SOS Terra”). Não mais que cinco minutos. Pouco tempo mas de informação concentrada. Aprende-se muito. Por exemplo, que devemos partilhar boleias quando nos deslocamos para a cidade no ramerrame diário. Para darmos um contributo para a preservação do ambiente, emitindo menos monóxido de carbono para a muito poluída atmosfera. Como se aprende que se desligarmos o ar condicionado do automóvel gera-se uma poupança de 1,8 litros de combustível a cada cem quilómetros percorridos.
Começo por esta informação. É paradigmática do totalitarismo dos ambientalistas. Só mentes que se devotam ao totalitarismo é que distorcem dados quantificáveis. Os cultores do ambiente limpo não hesitam em pespegar-nos dados estatísticos e alindá-los com o manto do rigor científico. Não contam que alguém possa contestar os dados. Lamento desenganá-los: já tive três automóveis com ar condicionado e experimentei o consumo de combustível com o ar condicionado ligado e desligado. Em todos esses carros, havia computador de bordo que dava informação sobre o consumo de combustível. A poupança máxima que consegui foi de 0,3 litros por cem quilómetros percorridos. Muito diferente de 1,8: seis vezes menos! Entretanto, os incautos e os que vão nos modismos do politicamente correcto ouvem a informação e aceitam-na como fidedigna. Quando ela é um logro.
Uma nota final acerca das boleias partilhadas. O programa deixou um site que funciona como mercado de boleias – quem se oferece e quem procura partilhar boleias (www.deboleia.com). Logo hoje, que a sociedade está tão perigosa, cheia de psicopatas, ou de pessoas fartamente aborrecidas, quem se arrisca a entrar no quarto escuro e partilhar uma boleia com quem não conhece? A protecção do ambiente compensa os riscos que se correm na possibilidade de nos calhar em sorte, como boleia partilhada, um psicopata? Isto só vem confirmar a ideia que tenho dos exacerbados ambientalistas: curam mais da natureza do que das pessoas. Porventura o seu nirvana é um planeta despojado de humanos. Porque não começar por eles?
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