In https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcP5Rr5cfZjG8fTOeGOpawJ0MtiK_8EsDFk6VEKBjEh2bhLklr6JxQbjU3sGMe6SdoMAQM3lxNThjMkn3cnW1x9jTVucQoLzk5AHgkCrUD2dGCRu7o3TgIMV7_qONBCeYz3Sag/s1600/lixo.jpg
O
(como eles gostam de apelidar) “soba da Madeira” ganhou outras eleições. Com
maioria absoluta, para não variar. Apesar dos escândalos com a dívida
encoberta, escândalos que pareceram cirurgicamente descobertos na véspera das
eleições. Aqui vai um registo de interesses: estou com a maioria que considera
o Alberto João uma boçal personagem. Estou com a maioria – mas a maioria que
não vive na Madeira – que jamais depositaria o voto nesta personagem circense.
O
que mais me enfastia não é a renovação da maioria absoluta depois dos
escândalos descobertos e das argumentações implausíveis e provocatórias que o
Alberto João ofereceu. Mais lamentável é andar por aí uma escumalha,
invariavelmente socialista, a perorar, do alto da sua superioridade moral,
sobre os resultados das eleições madeirenses. Alguns dizem, cheios de
sobranceria, que os madeirenses mereciam melhor. Só lhes faltava rematar o
raciocínio: mude-se o povo, já que estes néscios madeirenses continuam a
confiar, em larga maioria, nos ineptos de sempre. Talvez subscrevam a boutade de uma velha senhora do partido
rival, herdeira de Salazar e Cavaco, que alvitrou uma suspensão da democracia
por seis meses.
É
muito feia a ausência de fair play
democrático. Podia-se atalhar para o diagnóstico: quem assim sentencia dá uma
imagem da sua intrínseca natureza. Ou seja, quem tem mau perder democrático, más
credenciais democráticas tem. E, no entanto, passeiam-se com uma sobranceria
sem motivos, a não ser a muito elevada imagem que fazem de si mesmos. E
passeiam-se, ufanos, com uma doentia má memória, uma incapacidade para terem
vergonha na cara. Armaram-se em virgens pudicas no fartar vilanagem madeirense,
mas esqueceram-se da pré-bancarrota em que nos meteram depois de seis anos de
catástrofe governativa. Alguns dos que deviam ir parar a tribunal por
governação danosa (se na Islândia aconteceu, por que não pode acontecer aqui?)
sentam-se no parlamento, altivos e assertivos, denunciando os erros do governo
que veio atrás deles.
Se
tivesse a mesma têmpera desta escumalha propunha que se calassem durante uns
meses largos (no mínimo). Seria uma espécie de luto necessário para sararem as
feridas interiores que os cobrem. Não prossigo com a exortação, seria cercear a
liberdade de expressão. E, acima de tudo, impedia que risíveis personagens viessem
a público dar o seu próprio contributo circense. Deixá-los, pois, imersos em
suas tristes figurinhas.
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