In https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXAIk3FP75oSZqhVffVn6csapG9bmTFlxxOAySJDVrhW4MkPVkO25w3FkvFEn2lr-W1H1vcTndb4tDeRDUY7MXRo5N3WctoCGhQYmG6hpdlfmHC1GoL-Jopi5HaRXZyur6nRVA/s1600/pastel+de+nata+2.JPG
Esboça-se
a seguinte teoria: os académicos que sempre o foram e não estiveram virados
para as sinecuras políticas entram em desvario quando são seduzidos pela coisa
pública. Deve haver um maldoso vírus, como se fosse um Alzheimer que ataca os
académicos transfigurados em ministros, tamanhos os disparates que passam a
entoar assim que envergam a fatiota de ministro. O Álvaro, ministro da
economia, é o derradeiro espécime a corroborar esta teoria ainda em esboço.
O que
lhe terá passado pela cabeça para não ir além da exportação do franchising do pastel de nata como
medida exemplar para tirar a economia da hibernação? Acredita no que disse, ou
é apenas desconhecimento da economia que tutela? Pode ser que lhe tenha dado
uma branca quando discursava, ou esteja convencido que é nestas miudezas que
está a alavanca da economia. Como se estes exemplos não fossem simples oásis
sem significado no total da economia. E como se o pastel de nata já não
estivesse informalmente franchisado
pelo mundo fora. Para quem revertem os lucros da atividade? Para os
empreendedores que assentaram praça nos países onde espalharam o pastel. O
benefício para a economia nacional é zero.
Mas se
o impagável Álvaro quiser continuar a descer a ladeira do risível, sempre pode pegar
nestas ideias absurdas que ofereço em troca de nada. Quem diz pastéis de nata, diz
doçaria conventual (barrigas de feira, pastéis de Tentúgal, torta de Santa
Clara, encharcada, etc.). Propõe-se que as freiras emigrem aos magotes, pois
haverá carência de massa cinzenta e dos aventais ungidos pela água benta onde
se guardam os segredos da doçaria conventual. E matavam-se dois coelhos de uma
só vez. Depois podíamos convencer os especialistas em arroz de cabidela e
sarrabulho a povoarem as quatro partidas do mundo com a sua ciência.
De
supetão, a maravilhosa portugalidade recompensada em dose dupla: já se não
falaria de empobrecimento da nação, mas de abundante riqueza distribuída por
muitos; e regressava a pátria ao epicentro do mundo. Uma nova colonização.
Pantagruélica. Assim como assim, não há por aí uns inábeis convencidos de que é
nossa a melhor gastronomia que o mundo conhece?
Tenho a
sensação que o Álvaro anda aos bonés. (E não está sozinho na empreitada. O
seu chefe assina por baixo.)
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