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É este
reboliço por causa de coisas secretas que tiram o sono a tanta gente. Se o são
(secretas), logo paira sobre os narizes dos curiosos o habitual farejar de cão
de caça que, de cauda espetada e nariz emproado, afina o faro em demanda da
presa. Está mal feito: se a, por estes dias, massacrada maçonaria é uma
sociedade secreta (ou seita, ou lá o que for), deixá-la estar sossegada.
Secreta, bem escondida dos olhares apetitosos.
Entre a
espessura do nevoeiro que impedia espreitar para dentro das muralhas da maçonaria
(e, há que dizê-lo, da sua gémea mas desavinda seita católica, a opus dei),
vamos sabendo uns detalhes. A malta que lá desagua quer tratar da vidinha. Lá,
como na opus dei, prometem-se sinecuras pelos bons préstimos. Cobrem-se uns aos
outros, numa teia de aranha onde são caçados os que desalinharem da confraria.
Tal
como a opus dei, a maçonaria embebe-se em rituais, processos iniciáticos e
fardamenta imperativa. Isto dos rituais é que transcende a minha modesta
compreensão. Os sociólogos amigos farão o favor de explicar que os rituais
socializam os confrades. São um sinal de pertença. Assim como assim, consta que
os homossexuais produzem sinalética que, com discrição, os identifica na vida
noturna. Ou os adolescentes que se cumprimentam com uma coreografia gestual que
culmina com um troar de punho contra punho, o que só se faz aos da casta. Seja
o que for. Mas o que se diz dos rituais das lojas maçónicas, em tamanho tom de escárnio,
faz lembrar um clube de rapazes que se excita com a palração iniciática que não
destoa do esotérico. Não sei se me deixam usar a palavra ridículo (que, também
se faz constar, os da maçonaria têm fracos fígados para o humor que se faz com
eles).
É dos
aventais e outras coisas que tais. No fim de contas, todos temos um bocado de
Tom Sawyer escondido num recanto da memória. Sai uma maçonaria para cada um de
nós. A minha, também com aventais, é a maçonaria dos comensais que idolatram a
gastronomia.
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