11.1.12

A fábula do mete e tira implantes mamários (por esta ordem)


In http://blogmail.com.br/fotos/2009/09/mais-sobre-a-empresas-de-silicone-mamario-silimed.jpg
Lembro-me dos livros do Asterix, quando ele exclamava, depois de arrumar um batalhão de romanos, que eles (os romanos) estavam loucos. Se Asterix viesse à terra diria que são os que herdaram a sua nacionalidade que estão loucos. E a porem muitas no mesmo estado de demência.
Isto vem ao caso a propósito de uns pedaços de silicone envenenado que andaram a ser fabricados em França e metidos nas maminhas de senhoras pouco satisfeitas com o calibre das mesmas. O problema já foi identificado pelo presciente presidente da Venezuela: é o mal do capitalismo, que espalha os seus tentáculos por todo o mundo. Oxalá as fronteiras estivessem fechadas e as mercadorias não andassem a saltarilhar de terra em terra. Ao menos, fosse o sonho isolacionista cumprido, só as francesas andavam com o credo na boca.
Semeado o pânico, agora assumiu foros de pandemia (ou quase). Já se discute em público a vontade do generoso sistema nacional de saúde pagar, e na íntegra, a subtração dos implantes mamários às senhoras que estiverem atemorizadas com o risco do contágio pela envenenada matéria. Saltam para a praça pública tribunos inflamados. Uns assinam por baixo. É para isto (evitar problemas de saúde pública) que o sistema nacional de saúde tem serventia. Os outros destilam irritação: se elas pagaram para alterar o seu centro de gravidade, por que haveremos de ser todos a pagar para restaurar a sua forma natural e, por assim dizer, menos generosa?
É uma discussão estéril. O que interessa é que estas senhoras sintam a autoestima nos píncaros. Se elas estiverem bem, andamos todos mergulhados em bem-estar. E não interessa que agora pisemos as veredas do paradoxal: onde se havia de imaginar que, afinal de contas, small is beautiful? Sinais dos tempos. Até aqui a austeridade chegou (no que austeridade significa emagrecimento à força...).

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