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O
primeiro-ministro manda dizer aos desempregados para irem bater a outra
freguesia – estrangeira freguesia. As esquerdas, muito ofendidas, mandam dizer
que o primeiro-ministro é um frouxo. Que capitulou perante as fragilidades que
tomaram conta da santa terrinha. Três comentários sobre a polémica (madraça
polémica que é só uma tempestade em copo de água).
Primeiro:
este governo é desastrado. Ou está mal aconselhado por quem lhe cozinha a
comunicação. Há coisas que um primeiro-ministro pode pensar mas deve dizê-lo em
privado, ao círculo íntimo de amigos ou à consorte enquanto janta. Não podem
ser ditas em público. O público não está preparado para o choque térmico das
declarações que polemizam. Um primeiro-ministro não existe para polemizar. A
menos que goste de dar tiros no pé.
Segundo:
quando alguém está a mais, muda de lugar. Mas ainda não percebemos as dores de
parto da míngua nas regalias sociais a que estávamos (mal) habituados. A dívida
pública grotesca mostra que o Estado social estava sobredimensionado. Dantes,
quando o socialismo (e aqui meto também os governos PSD desse socialista dos
quatro costados que é o atual presidente da república) distribua o bodo por
toda a gente sem que a gente toda estivesse preocupada com a fatura endossada
para mais tarde, era a embriaguez das regalias. Se havia gente desempregada,
inventavam-se empregos na administração pública. Nem que fossem inúteis os
empregos criados à martelada.
Terceiro:
fico perplexo com o brado das esquerdas. Desconte-se a habitual retórica do
combate partidário que leva os políticos a dizerem uma coisa e o seu contrário em
estando na oposição e no governo. Isso descontado, uma pergunta: então não são
as esquerdas, naquela prosápia habitual, que reclamam o património genético dos
cosmopolitismo? Agora que o primeiro-ministro encomenda o estrangeiro aos
desempregados, ser cosmopolita já não é virtude.
Desconfio
que tudo isto não passou de uma encenação do primeiro-ministro. É uma tática.
Ele quer semear decepções, sobretudo entre os votantes nos partidos das oposições.
Para que esta gente diga que está farta da terrinha e dos mandantes e faça a
vontade ao primeiro-ministro. Depois dos desiludidos emigrarem, fica mais fácil
ganhar eleições.
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