In https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpFnhE9I8AL28qFBcsizej03xgk1-apeWHFgrDaBDntJqFwqPUbiW2mQD_cIILhyphenhyphen40EOgDGQpk6zOaUySN-3O_1wowPE4iYr9ZQbbn1npI3WHsUam78pAe3jrOOzlP2T4NXzfy/s1600/Angela+Merkel.jpg
Se eu disser que as mulheres são
adoráveis, corro o risco de levar com uma patrulha de feministas. Libelo
acusatório: repugnante marialva. Primata que coisifica o sexo oposto. Mas se me
atirar com um pedaço de artilharia ligeira aos excessos que as feministas têm
sabido influenciar, na longa marcha pela mirífica igualdade de sexos
(discriminação positiva, por exemplo), arrisco ouvir das boas por ser misógino.
Nas tintas, é como estou. É que
mesmo assim adoro feministas. E quanto mais espumarem de raiva contra todo o
espécime que se recuse a envergar saias (escoceses descontados), mais conforto
me trazem. (A bem dizer, as feministas também não são grandes admiradoras de
saias...) São um entretenimento. Argumentativo, apenas argumentativo.
Vem este já longo introito a
propósito de uma lembrança que nasceu do nada. Vamos anuir, fazendo coro com o
imenso cortejo de críticos ao atual estado de coisas na Europa, que a culpa é
de Angela Merkel. O diagnóstico – lapidar, como é apanágio das sentenças
simplistas que mais se parecem palpites simplórios – sai com rapidez: a
Alemanha manda na Europa. Os mais catastróficos até já descobriram que a
Alemanha há de chegar pela paz aonde não conseguiu chegar pela guerra. Com o
beneplácito (e o usufruto a seu favor) da Europa, que mais parece um pau
mandado dos teutões.
Vem aí um silogismo. Se na
Europa mandam os alemães, e se na Alemanha manda uma mulher, quem manda em tudo
isto é uma mulher. É aqui que entram as irmandades de feministas. Andam distraídas
e, em vendo bem o panorama, não têm razão alguma para amparar as lamúrias
costumeiras. Assim como assim, quem manda em tudo isto – repita-se, em coro com
os sacerdotes das catástrofes – é uma mulher. É o sexo feminino.
Uma pausa para refletir. (Cinco
minutos, no mínimo.)
Afinal está tudo decifrado.
Agora se entende o silêncio das feministas, que nem uma palavra terçam contra a
odiosa chanceler que, diz-se por aí, manda na Europa desde Berlim.
Sem comentários:
Enviar um comentário