18.6.12

Em modo “vinha d’alhos”

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Tira as carnes rijas do refrigério forçado onde estavam aquarteladas. De tão rijas que eram, e de terem soçobrado ao ar congelado onde as meteste, enrijaram mais ainda. Dizes que é tempo de as amaciar. De as temperar com os aromas mascavados das ervas, dos condimentos certos que apimentam a existência – daqueles que trazem os bons sobressaltos, uma apoplexia tórrida. Tal como as coisas acontecem, seguindo o seu percurso não forjado, as carnes pedem-te que as despegues da ossatura onde tudo é aspereza.
É uma nova alvorada que desponta. A aragem renovou-se. Refrescada com o orvalho matinal, como se as gotículas que se desprendem vagarosamente das plantas fossem um banho em forma de bálsamo. Usa essa água para a temperança das carnes que se deitam ao necessário amaciamento. Usa ervas com predicados aromatizadores que encontrares nas redondezas. Uns molhos não ao acaso, que os acasos são erráticos. Combina os aromas como se tratasses da alquimia de uma fragrância. Quando por fim encontrares a combinação acertada das ervas, os odores que perfumam o lugar são um êxtase que reconhecerás.
Agora é quando embebes as carnes já descongeladas, mas ainda rijas, na alquimia das ervas e dos demais ingredientes que vão liquefazer a severidade. Azeites de primeira água e vinhos que acentuam o perfume das ervas, mais uns alhos esmagados em grosseira forma. O leito onde as carnes se entregam por uma temporada. Amaciando-se, deixando-se ser templo onde outras carnes se encaixam. Não apresses as carnes em demanda da sua maciez. Os livros pantagruélicos ensinam que as precipitações adulteram o amaciamento: teimes em meter o tempo num varapau e terás as carnes impróprias.
As mãos dão-te o termómetro do processo. Metes as mãos na vinha d’alhos onde as carnes estão em lenta cerzidura. Quando as mãos vierem escorreitas, sem gordura adejando os dedos, com o perfume das ervas em ebulição bastante; e quando os dedos não esbarrarem na resistência que dantes era pétrea, metendo-se na macieza das carnes, saberás que encontraste o diadema do equilíbrio.aos﷽﷽﷽﷽﷽﷽﷽rocesso. metes o: no fim, teimes em meter o tempo num varapau, terra forma.  existu e de quem "

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