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A consideração pelas
juventudes partidárias? Inversamente proporcional à densidade do chumbo. Sempre
que possível, olho para o lado quando jovens militantes do aparelho partidário
fazem gala em mostrar por que se deve descrer, a uma só vez, das juventudes
partidárias, dos partidários enquistados na oligarquia do poder, e do futuro.
Porque o futuro são estes jovenzinhos que fazem o tirocínio da querela, da
mentira, do boicote, da fação oportunista, da falta de escrúpulos. Os
jovenzinhos hão de ser profissionais da política do partido, sem aprenderem a
ter outra utilidade se não ocupar sinecuras presenteadas pelo bodo do poder e
dos lugares inerentes em que o partido mete a mão.
(Leio as palavras que ficaram
para trás e apetece arrepender de as ter escrito. Porque elas soam a um
moralismo de que não sou, nem quero ser, tutor.)
Há ocasiões em que a palavra
não pode ficar reprimida. (Mesmo correndo o risco de escorregar para o moralismo
bafiento.) Por exemplo, quando jovenzinhos laranjas e cor-de-rosa da Trofa se
meteram em coboiadas pouco edificantes. Coisa de polícia. Uns acusam os outros
de agressões e vice-versa. Consta que tudo começou porque os cor-de-rosa
arrancaram cartazes dos da oposição – cartazes que não seriam lisonjeiros para
a edilidade do lugar, cor-de-rosa a sua cor.
Ato contínuo, pela calada da
noite, jovenzinhos laranjas montaram um cerco gangster a um automóvel onde circulavam jovenzinhos cor-de-rosa,
com acusações de agressões pelo meio. Ao que os acusados ripostaram no plano da
retórica: perseguiram os acusadores porque estes não souberam respeitar o
código de comportamento democrático e arrancaram cartazes que lhes eram pouco
simpáticos. Ou seja: futuros autarcas, ou governantes, ou gestores da coisa pública,
a fazerem justiça pelas próprias mãos. Como vem nos livros (Constituição incluída)
que ensinam os esteios do Estado de direito. Pelo meio, e para tornar o
episódio ainda mais instrutivo, um vereador com idade para ter juízo terá
ameaçado duas jovenzinhas laranjas que corriam o risco de apanhar uns tabefes
se persistissem na irreverência que, na maneira de ver do vereador, roçava o
insulto.
Quem ainda tiver dúvidas
acerca dos cáfilas que se aninham nas juventudes daqueles partidos que mais
metem a unha no banquete do poder, que tire as suas conclusões. Enquanto as
juventudes partidárias servirem para alojar gente sedenta de uma sinecura
oficial, e os jovenzinhos forem assim instruídos pelos progenitores e padrinhos
que são acometidos por um raciocínio pragmático e ensinam “se os outros sobem assim, por que não hás de tu fazer o mesmo, meu
filho?”; e enquanto os jovenzinhos aprenderem mais com as cenas de
pancadaria em parlamentos latino-americanos (com destaque para as lições de
tolerância que chegam da Venezuela) do que com ausentes leituras dos clássicos
que ensinam política, as juventudes partidárias não vão perder os seus
pergaminhos. De carcinomas entidades.
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