5.5.14

Falhamos de propósito?

In http://www.ideiademarketing.com.br/wp-content/uploads/2014/01/8-Erros-Mais-Comuns-Na-Hora-de-Criar-Um-Site-0.jpg
É da natureza estrutural do ser. O erro não é método, nem intenção. É inato, não é dolo. Antes de o cometermos não sabemos que esse vai ser o resultado da empreitada. É uma aventura, a decisão. Se por vezes é precipitada, noutras vem com o lastro dos frutos pendidos na sua madurez. E, todavia, não há causalidade entre a probabilidade do erro quando o lastro de maturidade vem atrelado aos prolegómenos da decisão ou quando tal lastro está ausente.
É tudo tão aleatório. Tão errático. E, contudo, não deve o pensamento ficar entorpecido, já que o erro é o estrutural estado de coisas na imperfeição genética da condição humana. Mal dos que não se aventuram no dorso das deliberações por temor do erro. Esse é o maior dos erros. A maior das fragilidades que se abate sobre alguém é ser temente do erro. Que de nós seria se fôssemos fautores de uma existência estéril porque tutora da perfeição em pessoa? Conseguíamos dormir na quietude da ausência do erro? Admita-se: há improfícuas decisões, tisnadas pelo erro em sua tremenda gravidade, que chegam para burlarem o sono. Mas o seu contrário seria (adivinho, pois só a adivinha tem lugar mercê da imperfeita condição que me não apoquenta) a mesma caução de um sobressaltado sono.
O império do erro não é decadência. Nem sequer fragilidade. É a nossa epiderme. Congeminar cada milímetro que pressagia um ato não elimina a hipótese do malogro. Não se diga que devemos ser levianos e arrematar decisões apenas precipitadas, pois dir-se-ia que assim estamos fadados ao erro. Diga-se, outrossim, que o erro é um possível efeito que desagua na fase terminal da decisão tomada. Tão natural é o erro como o seu contrário. E se for uma lotaria universal a comandar o fado de cada decisão, tomemos o erro como a possibilidade de ser a embocadura de uma decisão.
O erro exibe a sua superioridade sobre um impossível ideal de perfeição. Não fosse pelos erros que vêm agrilhoados às decisões que pertencem ao tempo pretérito e não havia lugar à melhor das humildades: a capacidade de aprendizagem. Da constante aprendizagem.

Sem comentários: