In http://pad1.whstatic.com/images/thumb/c/cf/Open-a-Bottle-of-Wine-Step-10.jpg/670px-Open-a-Bottle-of-Wine-Step-10.jpg
A aparência: material todo pimpão.
Exterior janota. O passa-a-palavra mandando dizer que é só pergaminhos – e,
quando há pergaminhos, a casta une-se para atestar o que se reclama ter tais
pergaminhos.
Todavia, os conhecedores depressa descobrem
o logro. O material não é pimpão, a não ser no passa-a-palavra que arregimenta
as raízes da solidariedade de casta (logo, corporativa) sem sequer certificar
os predicados do produto. A páginas tantas, tentam, os da casta, apoucar os
conhecedores que porfiaram tão desagradável juízo. É selo da casta: quando um
protegido é vítima de acosso, nem que o acosso não o seja e, em vez disso, haja
uma legítima reprovação do que faz ou do que diz, ataca-se o mensageiro que
vocifera o desaplauso. Os ataques pessoais atiram o mensageiro às cordas, a sua
reputação em escombros mercê do bombardeamento da casta.
Os zeladores do vinho a martelo são um
caso patológico. São uns arrivistas. Pretendem imitar um modelo de que não há,
nestes tempos de dificuldades democratizadas, personificação. Já o houve,
outrora. Ou porque foram cedendo o passo à morte à medida do tempo que passava,
ou porque os pergaminhos foram consumidos pela decadência de réditos e de
património, os exemplos foram sendo abatidos ao ativo. Continuam a ser exemplos
para os arrivistas, os que bolçam vinho a martelo, apesar de já não contarem
para este rosário. Todavia, os arrivistas querem ser o que hoje já não há.
Querem – e conseguem – ser vinho a martelo. São um estranho caso patológico: imitam
o vazio, ou são émulos deles próprios, num ensarilhado narcísico que merecia
tratamento por especialistas do foro.
Estes farsantes são um compêndio de
encenações. Fazem muito de conta. Do que não são, do que não têm, do que não
sabem ser, do que não sabem dizer, de uma linhagem apenas imaginada. São a
personificação do vinho a martelo. Por fora, tanta a luminescência, ninguém
diria que são um logro. São, nos tempos de agora, os principais culpados pela
glorificação do papel de embrulho cheio de néon que atrai os holofotes, sem que
por dentro haja grande serventia.
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