dEUS, "The Architect", in https://www.youtube.com/watch?v=k2CFDsG_oxg
E o nome próprio, fica hipotecado? Saímos
à rua e percebemos que somos um entre uma massa indiferenciada de gente. Encontramos
tantos nomes iguais aos nossos. Intuímos que há tanta gente igual a nós, ao
compulsarmos preferências, gostos, tendências, olhares. Mas julgamos que somos
únicos, como nos diz o ADN que, de acordo com a sapiência dos cientistas, é
edição limitada e exclusiva. Talvez não somos o espelho do ADN irrepetível. Por
dentro do pensamento, as águas em sentido contrário. As que certificam que somos
edição limitada e sem possibilidade de repetição. E as que desautorizam o
otimismo e atiram para o ar a simplicidade da indiferença entre tantos que são
iguais.
E se for mesmo como mandam os cânones dos
letrados em leis e dos senhores da política, e formos todos iguais? O nome
próprio, matriz da irrepetibilidade de cada indivíduo, deixará de fazer
sentido? Deixará o nome próprio de ser a centelha que ilumina a essencialidade
do ser, mais valendo ser tratado por números que nos despersonalizam? Andamos
pelo tempo fora convencidos que não há outro igual. Nem que se fale, em
triunfalismo científico, de clones que reproduzem a integralidade do ser noutro
que é seu émulo. Quando a ciência chegar a este estado avançado, nem assim a
edição deixa de ser única e limitada: o émulo reproduz o original. Este não
perde os seus pergaminhos.
Os letrados em leis e os fautores de
sistemas políticos que selam o imperativo da igualdade devolvem-nos à humilde condição.
Não há lugar para ejeções triunfais que terminem em narcísicas exibições. Pois se
andamos pelo tempo fora convencidos que somos edições limitadas, um corpo
movediço que identifica singularidade, presos ao cais da ciência que ensina a têmpera
do ADN ímpar, a condição terrena da humanidade desfaz esse idealismo. Nem assim
o nome próprio fica hipotecado. Não são as leis e os regimes políticos que
dissolvem a riqueza dos nomes próprios, nem reduzem a nada a irrepetível
personalidade empossada em cada indivíduo.
Uns olhos, diferentes de todos os outros,
apuram a chancela da diferença.
Sem comentários:
Enviar um comentário