In http://fatoregional.com/wp-content/uploads/2011/07/tijeras.jpg
Aperta-se
o cerco. O contingente dos sedutores vai mirrar. Primeiro foi a ideia de
proibir os piropos. Agora, a pretexto da campanha de limpeza de imagem de
Strauss-Khan protagonizada pela diligente internacional socialista, um grupo de
feministas exaltadas veio para a rua exigir a sua castração química.
Aqui
vai um naco de maldade ideológica (e de flagrante enviesamento): a ideia até me
agrada. Aquela prosápia do senhor, a mania que é sedutor, o cheque em branco
que a internacional socialista quer passar (eles encobrem-se uns aos outros,
qual maralha mafiosa) e, o melhor de tudo, um socialista fundir-se no papel de
marialva de início de século XX (quando os socialistas se acham do mais
modernaço que existe) faz por momentos repudiar a lucidez. A ideia da castração
do senhor cheio de manias faz crescer água na boca.
Entretanto
a lucidez regressa. Como se podem sonegar as violações que alguns doentes
continuam a cometer em mulheres? Esta podia ser a pergunta de retórica para dar
caução à castração química de quem fosse sancionado por crimes sexuais. Mas
nessa altura solta-se outra interrogação: estamos ou não, Europa, na vanguarda
da civilização contemporânea (com a carga polémica que a expressão contém,
admito)? E admite-se que censuremos os Estados Unidos por manterem a pena de
morte, ou alguns países que depressa cunhamos com um depreciativo adjetivo (atrasados)
por manterem leis penais de uma severidade ímpar, ou que nos arrepiemos com a
criminalização que segue o método de Talião (olho por olho, dente por dente) e
depois uns sectores que escorregam para o fundamentalismo na defesa das
respetivas causas preconizem o mesmo método para punição dos criminosos?
Se
a moda pega e as feministas frígidas levarem a água ao seu moinho, um dia
destes já não há sedutores. Quem quer arriscar a sê-lo, com tamanha sanção? Por
este andar, no final da história tudo será asséptico, sensaborão, assexuado.
Talvez seja esse o sonho das frígidas feministas.
Sem comentários:
Enviar um comentário