In http://buildaroo.com/wp-content/uploads/2010/10/flusing-toilet1.jpg
Não é sobre compras supérfluas
de quem se enamora pelo consumismo; não é sobre investimentos sem pernas para
andar, escondidos no engodo de proventos milagrosos que encenam a ganância; não
é sobre o patológico funeral que os agarrados pelo jogo fazem ao dinheiro que
lá enterram. É sobre lições do desperdício de dinheiro, sem dissecar aquelas
hipóteses de o esbanjar.
Nas últimas semanas temos sido
bombardeados com a jactância das autoridades que combatem o tráfico de droga.
As apreensões são umas atrás das outras. Julgar-se-ia que o mercado dos
produtos transacionados ilegalmente anda deserto, tamanha a fartura de capturas
de droga. O que me impressiona mais é o ar ufano de quem divulga o valor dos
estupefacientes que não chegam a entrar no mercado. A cada apreensão fala-se de
milhões de euros. Fico sensibilizado com os valores, mas não me é dado a
entender o efeito pedagógico da informação. Dava de barato se esse dinheiro engordasse
o erário público. Para isso acontecer, as drogas teriam de perder a conotação
pejorativa. O duro braço da lei, com a colaboração das autoridades, não poderia
perseguir as drogas. Se elas fossem vendidas com o beneplácito da lei, os cofres
públicos benzeriam, no aperto financeiro em que estamos, o forro reditício proporcionado
pela transação das substâncias ilícitas.
Eu acho que tudo isto está
errado. Imagine-se o efeito multiplicador que a entrada no mercado da droga avaliada
em tantos milhões de euros teria para a economia. A quantidade de automóveis de
gama alta e apartamentos luxuosos que se iriam vender. Era uma ajuda para reanimar
dois mercados em aflições (automóvel e imobiliário). E depois vinha a dispersão
de mais vantagens: mais gente a trabalhar nestes sectores, mais gente a receber
salários e a desengatilhar o consumo travado pela crise. E por aí fora.
Continuo espantado com os
cálculos que dão valores milionários às drogas confiscadas. É como se tivesse
exultado com o euromilhões porque saiu a minha chave da sorte sem me ter
lembrado de registar o boletim.
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