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Vamos começar por aqui: acreditamos no
que mandam dizer uns radicais, que os governos (quase todos) estão a soldo dos
grandes capitalistas? Acreditamos – usando outras palavras – que os governos
assaltam os menos favorecidos quando lhes vão à carteira através das subidas de
impostos? Acreditamos que isto é feito com um propósito e de propósito? E vamos
continuar por aqui: qual é o governo que sobe impostos, uma e outra vez, e
pretende granjear popularidade junto dos súbditos? (A palavra – “súbdito” – não
é escolhida ao acaso. Podia usar “contribuinte”, mas o retrato ficava
desfocado, pois neste ambiente de saque fiscal duvido que haja uma alma que
contribua, no que a palavra supõe de voluntarismo, para o erário do Estado. Se
considerarmos “súbdito” exagerado, usemos antes “sujeito passivo”. Pois é isso
que somos – passivos – perante este assalto fiscal.) O que me traz à seguinte
dúvida: a menos que este governo seja tão amador que desconhece os efeitos
devastadores de cada vez que aumenta impostos, ou a menos que já esteja farto
de governar com as mãos tão atadas, os sucessivos ataques através do fisco são suicídio
descontrolado. E não venham, como alguns tendenciosos têm escrito, assegurar que
este é o governo com maior “agenda ideológica” (supõe-se que “neoliberal”, para
o ramalhete ficar bem composto na linguagem que faz furor por estes tempos). Se
soubessem de liberalismo, depressa percebiam que o ajustamento não é feito
através de mais e mais impostos. Tudo junto é o pano de fundo para uma pessoal
perplexidade: os sucessivos aumentos de impostos soam a estado de emergência.
Estaremos em pré-colapso? Se é o próprio ministro das finanças que anuncia um
“enorme” aumento dos impostos, e se não formos levados na argumentação sem
provas de que os governos como este adoram descer a mão sobre os menos
favorecidos e distribuir prebendas pelos privilegiados, qual é a resposta para
esta perplexidade?
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