5.10.12

A força da palavra, ou a palavra da força?


In http://www.neoteo.com/images/Cache/CAFDx900y900.jpg
Vamos começar por aqui: acreditamos no que mandam dizer uns radicais, que os governos (quase todos) estão a soldo dos grandes capitalistas? Acreditamos – usando outras palavras – que os governos assaltam os menos favorecidos quando lhes vão à carteira através das subidas de impostos? Acreditamos que isto é feito com um propósito e de propósito? E vamos continuar por aqui: qual é o governo que sobe impostos, uma e outra vez, e pretende granjear popularidade junto dos súbditos? (A palavra – “súbdito” – não é escolhida ao acaso. Podia usar “contribuinte”, mas o retrato ficava desfocado, pois neste ambiente de saque fiscal duvido que haja uma alma que contribua, no que a palavra supõe de voluntarismo, para o erário do Estado. Se considerarmos “súbdito” exagerado, usemos antes “sujeito passivo”. Pois é isso que somos – passivos – perante este assalto fiscal.) O que me traz à seguinte dúvida: a menos que este governo seja tão amador que desconhece os efeitos devastadores de cada vez que aumenta impostos, ou a menos que já esteja farto de governar com as mãos tão atadas, os sucessivos ataques através do fisco são suicídio descontrolado. E não venham, como alguns tendenciosos têm escrito, assegurar que este é o governo com maior “agenda ideológica” (supõe-se que “neoliberal”, para o ramalhete ficar bem composto na linguagem que faz furor por estes tempos). Se soubessem de liberalismo, depressa percebiam que o ajustamento não é feito através de mais e mais impostos. Tudo junto é o pano de fundo para uma pessoal perplexidade: os sucessivos aumentos de impostos soam a estado de emergência. Estaremos em pré-colapso? Se é o próprio ministro das finanças que anuncia um “enorme” aumento dos impostos, e se não formos levados na argumentação sem provas de que os governos como este adoram descer a mão sobre os menos favorecidos e distribuir prebendas pelos privilegiados, qual é a resposta para esta perplexidade?

Sem comentários: