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Palavra de honra que fiquei comovido:
no congresso das alternativas de-não-sei-o-quê (parece era da “democracia”, mas
não tenho a certeza se grande parte da malta que lá foi é mesmo democrática),
uns discursos exaltados contra o presidente da república que, distraído ou
ignorante, hasteou a bandeira pátria ao contrário. Pela primeira vez na
história da já centenária república, a bandeira da dita era verde primeiro e só
depois vermelha. O ultraje decretado em gritaria lá no congresso das
alternativas-qualquer-coisa nem fazia sentido. Assim como assim, o verde
aparecia em primeiro lugar. Ora não é o verde a cor da esperança? E se há algo
que precisamos que nos injetem em dose maciça, é esperança. A extrema-esquerda
caviar devia aplaudir Cavaco. A menos que isto tenha sido uma cilada. A
extrema-esquerda caviar precisava de palco no dia em que se reunia nesse
congresso que queria ser uma grande federação das esquerdas todas (mas os
camaradas mandaram-nos dar uma volta, e só a fação radical dos socialistas é
que apareceu). Tenho para mim que foram dadas instruções ao funcionário
camarário responsável por aquela parte do protocolo da liturgia da república.
Esse funcionário, simpatizante da extrema-esquerda caviar, pôs a bandeira ao
contrário. Confiou na falta de jeito/inépcia/ignorância/senilidade (o/a
leitor/a escolha a opção do seu agrado) de Cavaco e pregou-lhe uma partida
(porque uma daquelas opções, se não algumas ou mesmo todas, aconteceriam). E
agora uma pergunta para desanuviar: faz sentido todo o banzé? Alguns argonautas
das extremas-esquerdas descobriram que hastear a bandeira ao contrário é o símbolo
do país às avessas (por causa da crise, da troika,
da austeridade e de um governo testa-de-ferro da troika). Chegaram tarde à realidade. Esse país, de que são
inesperados tutores do nacionalismo, já está às avessas muito antes da crise e
da troika e deste governo poltrão. Isto
mais parece um fait divers próprio de
agosto (quando chega o nonsense). Se
a bandeira tivesse sido hasteada ao contrário por um esquerdista, o palco seria
dos ofendidos à direita. Nada de novo, portanto.
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