24.10.13

Ponto de rebuçado

In http://www.escolapsicologia.com/wp-content/uploads/2010/12/objetivos.jpg
Um módico de perseverança. E outro tanto de método. A capitulação pertence aos fracos. Desdobrem-se os lençóis onde se acolhe a nitidez do porvir. Pode ser medonho o tempo por diante, por ser uma incógnita tamanha esse tempo. Que não sirva para ensimesmar a incapacidade. Os timoratos não deixam um rasto para a posteridade. E a posteridade é a promessa que se levanta.
Sabemos que nada se consegue de supetão. As paredes das muralhas que temos de vencer estão armadilhadas, cheias de musgo que faz escorregar as mãos à mínima distração. Metódicos como somos, desenhamos uma estratégia. Vamos passar a perna às armadilhas que estiverem por vir. As que conhecemos, podemos contar com a penumbra onde se acoitam, agasalhadas pela hipocrisia que é seu selo. Mas depois, sem contar, podem vir outras que não estavam antecipadas. Que haja uma nesga no plano para lidar com as inesperadas adversidades. Elas podem diminuir a fervura onde se levanta o ponto de rebuçado. Desde que não sejam gelo bastante para deitar abaixo toda a fervura e o ponto de rebuçado expirar, irremediável.
A paciência ilustra o caminho até ao ponto de rebuçado. A fervura tem de ser lidada com destreza. O termómetro, ferramenta sempre à mão, calibrado tem de estar. Para não serem embaciadas as informações que nos põem num sítio onde não estamos. Devemos pedir ajuda a um feiticeiro que afine perenemente o termómetro? Quem nos diz que o feiticeiro é capaz, ou que se anestesiou diante das miríficas promessas de um ardiloso? Só podemos contar connosco.
Metódicos que somos, cuidamos de aformosear os passos que damos com a diligência que se impõe. Já sabemos que uma casa não se cuida de construir a partir do telhado. E sabemos que a fervura é uma subida de temperatura de que nos fazemos arquitetos, pacientes arquitetos. Temos a fonte de calor nas mãos. Somos nós, e só nós, que a doseamos no preceito desejável. A linha no termómetro subiu quando teve de subir. E agora, que o ponto de rebuçado é quase aqui, somos os alquimistas que cuidam do arrematar o produto final.

Não temos ainda ponto de rebuçado. Mas ele está nas nossas mãos.

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