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Ainda a violência embrionária nas
bocas de muitos descontentes que avisam, a talhe de foice, que a violência está
mesmo aí a desaguar nos costados de quem nos desgoverna. Não vou outra vez às
palavras do Dr. Soares. Só registo que para uns Pachecos Pereiras que segregam
doses cavalares de bílis, o Dr. Soares deixou de ser uma vetusta e anquilosada
personagem. De repente, passou a ser lúcido. Ou passou a ser conveniente assim
notá-lo.
O que interessa é o presságio, esboçado
por historiadores que sabem de história, que estamos quase a pisar o terreno
minado da violência. A história é a poda dos historiadores, incontestável e com
notória serventia para quem quiser saber por onde transita o presente, pois sem
o conhecimento do passado o presente amanhece tresmalhado. Interessa, pois, que
os historiadores vão ao passado e resgatem momentos críticos, encruzilhadas da
humanidade resolvidas pela mão violenta das massas revoltadas. Onde
possivelmente os historiadores saem a mancar é no diagnóstico da atualidade.
Sobretudo quando ensaiam comparações entre agora e os episódios de revolta
popular que terminaram com muito sangue derramado.
São difíceis os tempos em que
estamos. Temos governantes amadores. Temos a jugular pressionada pelo punhal
dos cortes e dos impostos que sobem tanto que são um assalto fiscal, pelo
desemprego que cavalgou a números sem par, pelos sacrifícios que os mais pobres
suportam. Daí a se esfregar banha da cobra num oráculo mal amanhado que lança,
sem esconder que o faz com alarme, o temor da violência para as costas de toda
a gente, vai uma diferença que não é de somenos importância. Mas os paladinos
da catástrofe persistem na adivinhação das desgraças iminentes. Às vezes,
parece que se excitam, no seu íntimo, com a (na sua maneira de ver, elevada
probabilidade) da violência desatar sem freio.
Talvez o problema destes
historiadores que querem avisar o presente com as lições do passado seja que
são maus a fazer o diagnóstico do tempo atual. Não os questiono no seu saber,
que é a história. Respeito-os. Desse saber são os melhores tutores. Mas lamento
que alguns desses historiadores se apoderem da arrogância intelectual e desprezem
economistas, politólogos, gente que estuda a Europa, apoucando estas ciências
(ou áreas disciplinares) que têm por menores. Talvez estejamos todos errados.
Menos os historiadores, empossados numa varinha de condão. E, talvez também,
devêssemos banir as outras ciências e áreas disciplinares, pois os
historiadores, quais deuses da ciência, decretaram a sua falência. Num ato
final, podíamos decretar – em forma de lei decretada – que só historiadores, e
de preferência os encartados em ocultas ciências adivinhatórias – podiam ocupar
o poder.
Nessa altura, talvez nos dissessem
como se corrigia, sem dor nem sacrifícios, a catástrofe que vinha de trás e que
quase deixou a tão amada pátria (pois agora as esquerdas têm o exclusivo do
patriotismo) à beira de não ter dinheiro para pagar salários aos funcionários
públicos e pensões aos reformados, ou sequer para mandar cantar um cego.
2 comentários:
Sr. O felino! Procurei uma imagem para ilustrar texto em meu blog. Encontrei seu lobo mau. Li o texto e penso que o meu tem muito a ver. Se não concordar com o "empréstimo" da imagem (com o devido crédito), é só denunciar que removerei imediatamente. O link para o meu texto ilustrado é http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com.br/2015/05/que-terrorismo-e-esse-ministro-so-uma.html. Se concordar, muito obrigado. Voltarei a visitar seu blog. Atenciosamente, Marco Antônio.
Caro Marco Antônio: pode usar a imagem à vontade.
Cumprimentos
Paulo Vila Maior
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