dEUS, “Quatre Mains”, in https://www.youtube.com/watch?v=WsFfHdqNOWI&list=PLRx1UTy31tjIqw28jakDq30Tw8x6LCPdQ
1. Aprender. Aprendizagem sem freios. Pois do tempo
vindouro sobram os ventos inseguros e do conhecimento pode ficar apenas a
inutilidade. O lado oculto que se embacia na penumbra do porvir é o segredo que
mitiga os sobressaltos. A aprendizagem contem o código secreto.
2. Simplificar. Que interessa se o pensamento remata por
avenidas cheias de ardis, como se fossem labirínticas teias contendo paredes não
dissemelhantes? O pensamento não sobressai de geração espontânea. Não é irrefreável.
Somos sempre tutores do pensamento. Na altura de escolher o lugar que alberga o
pensamento, que seja eleito o que promete a simplificação de tudo. Tributário de
linhas escorreitas.
3. Perseverar. Não compensa capitular. A resignação é um
ato de descoragem. Em todas as horas do dia, nem que sejam as mais cansativas e
o corpo decaia, madraço, importa estar de atalaia e dar máscara aos contratempos.
4. Compreender. Ou pelo menos tentar. Tudo. E os outros,
mas a começar pelo próprio. Principalmente quando um vulto em forma de estertor
for a sedução da resignação. A perseverança afivela o mote da compreensão. Mas importa
compreender os outros. Saber das suas razões e desrazões. Medi-las no rigor
exigível.
5. Interiorizar. As apoquentações que nidificam nas
veias perpetuam mortificações espúrias, são a corrupção da matéria genuína que
idealizamos. Elas devem ser aprisionadas. Acantonadas numa aresta remota do
pensamento, onde o acesso, até para quem assim procede, é empreitada penosa. Num
exercício medicinal que obstruir as apoquentações, pacientemente remetidas ao
lugar de armários fechados com imperscrutáveis aloquetes.
6. Dançar. Ou pelo menos, tentar. Desconfiar do
desengonçado aspeto refletido no espelho. Ou, pelo menos, retirar essa ideia do
espelho mental.
7. Descobrir. Águas mornas. Céus pintados com cores mágicas.
Mãos suaves que devolvem a paz interior. Um beijo quimérico. O amor como estuário
fértil. Devolvendo as inquietações fraudulentas aos falsos anjos. Sopesando a
eito o que merece ser sopesado. Para medir com olhos de ver.
8. Agradecer. As virtudes de quem as espalha. O bem
feito. Agradecer sem pudor de ciciar, ou de berrar a pulmões abertos, “obrigado”.
Na exata medida das desculpas que se rogam quando se asneira em farta medida.
9. Repensar. Não é o pretérito dos enganos, é o seu posfácio.
Os alinhavos dos equívocos ficam à espera de costura com linha grossa, isenta à
corrosão dos elementos.
10. Dormir. Finalmente. Arejando os avejões que voejam à
distância de três alvoradas. Para, então, celebrar a alvorada como ela merece.
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