The Chemical Brothers, “Another
World”, in https://www.youtube.com/watch?v=fhzkeFiXfPI
Um protesto recorrente: não podemos
ser as cobaias de experiências que mais parecem a aposta na penumbra que se
afoga num precipício sem fundo. Não podemos ser tratados como peões do
experimentalismo, porque não sabemos ao certo estimar as consequências do que
se nos aplica nessa medida. Os que congeminam o laboratório em que somos
metidos, deviam ser julgados por crimes contra a humanidade. Mesmo que, depois,
ao tirar as medidas às medidas cinzeladas dentro do laboratório, se observe que
ficamos melhor. Os experimentalismos são devidos às cobaias que existem para o
efeito. As pessoas não nasceram para as provações de cegas medidas que não se
sabe ao certo o que vêm causar.
Em contraditório, a história está
repleta de episódios de experimentalismo. Umas vezes, com proveito. Outras
vezes, provocando danos (que chegam, no limite, a ter uma dimensão irreparável).
Não se pode fechar as portas aos laboratórios. E, às vezes, não se pode usar
cobaias para experimentar as medidas. Impõe-se um guião de boa vontade, um módico
de confiança nos empreiteiros que se propõem observar o laboratório de que
somos involuntários servidores. Sempre assim foi. Não pode deixar de ser assim.
Atestar o experimentalismo como irrecusável crime contra a humanidade é como
defender a inércia. As coisas deviam ser proibidas de evoluir, se só fosse ouvida
a voz dos detratores dos laboratórios.
Um módico de confiança impõe-se como
critério. Só em casos limite de demência se pode intuir que os mandantes do
experimentalismo têm uma intenção (escondida) de causar danos aos que se
sujeitam à experiência. (Ou pode dar-se o caso de, em exibição de manifesta má
vontade, os que desconfiam do laboratório se limitam a deixar falar a sua
incorrigível oposição aos que ordenam o experimentalismo, só por deles estarem
nos antípodas.)
As experiências em laboratório são feitas
em ambiente controlado. Devem ser contempladas as hipóteses para a catástrofe,
que desmentem o esterilizado ambiente controlado que, no fim de contas, estava
exposto a riscos. Descontadas as hipóteses de descontrolo do ambiente em que se
encenam as experiências, o laboratório é um ingrediente constante. Se a mudança
é genética ao lugar em que estamos e, com ela, se sobrepõem desafios em
constante aceleração, às vezes as respostas exigem o experimentalismo. Pois só
por dentro dos laboratórios é possível simular as condições neófitas que, por o
serem, são desconhecidas dos que ambicionam a engenharia social.
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