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(O Público
pediu a uns peritos para darem palpites sobre a sociedade que aí vem em 2013.
Este é o meu ato volitivo dando seguimento à demanda)
Apesar dos clamores da rua e dos
partidos extremistas (e de umas fações extremistas de partidos habitualmente
moderados), não será em 2013 que vamos dizer adeus à crise. Pode a receita
estar mal confecionada, que pareceria lógico, se o governo fosse liberal, emagrecer
o Estado para não emagrecer a população e as empresas. Lamento desmentir os
habituais críticos, mas este governo não é liberal: aumentos de impostos são
património genético do socialismo.
Por uns instantes, farei de conta que
ando de braço dado com aqueles críticos. Em mantendo-se a austeridade, é o
caminho acelerado para sermos um país em vias de subdesenvolvimento. Uma nova
categoria, cunhada pelo andar dos tempos e pelas circunstâncias. Já conhecíamos
países em vias de desenvolvimento, eufemismo simpático para denotar países pobres.
Agora passam a figurar na escala os países que caminham para o seu próprio
subdesenvolvimento. Ditado pelo empobrecimento das pessoas, porventura um
desígnio incorporado por governos em funções.
Configure-se a sociedade em
conformidade com as dores apocalípticas dos árbitros das conspirações. Daqui
para a frente tudo na economia será comprimido à escala do minimalismo. Seremos
todos trinca espinhas, condenados ao emagrecimento das posses e, por essa via,
do consumo e do entesouramento. E por aí fora: as empresas também vão emagrecer
à míngua de consumidores, libertando mais gente para o exército de
desempregados. Com sucessivas repetições do ciclo. Talvez isto só venha a parar
quando já não houver sociedade para contar a história às gerações vindouras.
Estes sacrifícios impostos de fora para dentro, um autêntico entorse à
soberania nacional, são um genocídio da portugalidade em geral e dos mais
remediados em particular.
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