Beirut, “East Harlem”, in https://www.youtube.com/watch?v=9p1l5HRd36o
Não: um nome não é a garantia inteira
na posse dos bravos comandantes, todavia sem séquito. (Correção do exposto: o séquito
apenas existe nas limitadas baias da imaginação desses comandantes.) São os
ardis em que repousam, sua denúncia cabal. E, contudo, persistem em servir o
seu nome a público escrutínio, por mais escasso que seja o público, e deitam-se
à noite num onanismo de intelecto por se julgarem gurus. Gurus de coisa alguma.
Pois são só um nome.
Por dentro do seu terrível ensimesmar,
pode parecer coisa pouca – um nome, coisa pouca. Não é fazenda que quadre com tão
elevada estatura em que se colocam. Por fora, nas medidas que não se restringem
ao estertor assinalado pela cortina de sombras em que medram, um nome é coisa
muita, coisa bastante. É nome que afirma uma identidade. A identidade
distintiva, impressão digital irrepetível. É isso que importa. Desliguem-se os
candeeiros que se arqueiam sobre competições inanes onde se pesam identidades
rivais. É uma competição impossível, por razoável ausência de mensurabilidade. Não
se comparam identidades, por mais que haja medalhas ostentadas à lapela e delas
se faça garbo como traço distintivo que cauciona superioridade. Pois um nome é
só um nome, e tem a importância sublime de ser um nome como não há outro.
No edifício em ruínas, onde comandantes
desta linhagem desapoderados de si mesmos investem em fantasiosos trajes imperiais,
um nome reduz-se às cinzas a condizer. Só numa estalinista versão da história pessoal
se podia convencionar que houvera alguma grandeza numa qualquer dimensão pretérita.
Um nome que queira a projeção por cima das suas capacidades é o pior dos
pretensiosismos. É a negação do próprio nome, sem correspondência com o chão
habitado por esse nome. Os nomes que querem sair de si e emprestar-se ao
embuste do que não são, denegam-se como nomes. São o aviltamento do próprio
nome, esvaziado o nome próprio de um sentido.
Prouvera que a humildade fosse critério.
E que as desandanças fossem juízo próprio
da aprendizagem: o nome regressaria ao seu império de simplicidade, sem pretensões
excessivas, sem desmedida de si mesmo. Pois tudo isso é a antítese de um nome. Um
nome – que fique bem-entendido – é só um nome. E essa é a sua indelével
grandeza.
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